Não
irei discorrer sobre o custo das obras da Copa nas doze cidades-sede, pois todas
carecem do mesmo mal. Cito somente três exemplos: atrasos na entrega, má
qualidade da construção e a previsão orçamentária inicial sendo ultrapassada, e
muito, tornando-as caríssimas.
Aqui
na nossa cidade, segundo relatório do Tribunal de Contas do Estado e
informações da própria SECOPA, esses atrasos chegam há quase doze meses.
Quando
isso acontece, alguém perde e outros ganham.
Os
perdedores são visíveis - os pagadores de impostos, que assistem seu dinheiro
perdendo-se pelos esgotos da administração pública.
Ganham
aqueles que, afoitamente, foram beber as águas do sucesso fácil para suprir
interesses pessoais e vaidades.
O
pacote de obras mais importantes, e de grande visibilidade, foi licitada, e os
contratos assinados sem um planejamento cuidadoso.
O
projeto da Arena Pantanal foi feito e assinado às pressas, por motivos
eleitoreiros.
O
consórcio “vencedor” da licitação alertou nossas autoridades da necessidade de
refazer o projeto para segurança da obra.
O
tempo perdido, mais os inúmeros aditivos, fará com que esse campo de futebol,
quando concluído, tenha dobrado o seu preço original.
A
trincheira de acesso ao bairro Santa Rosa, a mais visível de todas as
trincheiras por abrigar bairros da classe alta, também foi lançada sem um
projeto mais sério.
Feitas
as escavações, simplesmente encontraram a rede de água tratada que abastece a
todos os bairros da nobre região.
Novo
projeto para desvio da rede de água, aumento do seu custo, atraso colossal no
cronograma de entrega da obra. Para efeito moral, recisão com estardalhaço na
mídia e rompimento do contrato com a firma que executava o projeto do governo.
Esse
“fenômeno” repetiu-se em todas as trincheiras e demais obras em execução.
O
exemplo mais cruel é a da traumática substituição do transporte modal de BRT -
já aprovado pelo governo e com recursos federais - pelo VLT.
O
custo da obra, de R$ 400 milhões, passou para R$ 1.600 (um bilhão e seiscentos
mil reais)!
O
pior que essa conquista tecnológica só poderá nos ser útil após a Copa, cujo
ano desconhecemos.
E
os projetos sociais, culturais e turísticos?
Das
três UPAS prometidas apenas uma foi entregue, e o funcionamento é precário,
gerando insatisfação aos seus usuários.
As
outras duas só em 2015, segundo informes oficiais.
Com
relação à revitalização cultural do nosso patrimônio histórico e turístico,
conversaremos após a Copa.
E
agora José?
Gabriel Novis Neves
16-02-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.