Mais
uma vez o poder mundial se concentra na pacata cidade suíça de Davos.
Como
em todas as outras ocasiões, pouco ou nada de relevo acontece, a não ser a
volúpia de gastos em festas e orgias
gastronômicas.
Tudo
muito regado às mais sofisticadas marcas de champagne do país vizinho. Consta
que foram sorvidas 1.500 garrafas do poderoso néctar.
Cerca
de 100 representantes de diversos países se locupletaram nesses festins,
inclusive a nossa atuante gestora.
Como
sempre, assuntos de vital importância como o massacre na Síria e a crescente
tensão na Ásia (entre China e Japão) são exaustivamente debatidos, mas jamais
resolvidos.
A
desigualdade mundial fica bem mais focada, e essas reuniões sempre terminam com
o protesto dos mascarados nas ruas. Como tudo na terra da organização, essas
manifestações começam e terminam com hora marcada e com o rumo da marcha
previamente divulgado pela imprensa local.
Reclamações
da população, muitas, mas, principalmente aquelas relativas ao barulho causado
pela grande movimentação dos helicópteros.
Lá eles só são permitidos para serviço de resgate.
Deve
ser bom sediar reuniões que absolutamente não dizem respeito aos habitantes
locais, já que a Suíça, além de ser considerado o país mais ordeiro do mundo,
está totalmente livre das “chuvas e trovoadas” que a todos os outros atacam,
principalmente as de crises financeiras. Guerras aqui, guerras acolá, sangue
banhando o planeta, mas o país continua sempre em águas plácidas...
Enfim,
tudo na mais perfeita ordem, coerente com o país que mais se beneficia das
grandes distorções mundiais. Afinal, a fatia do dinheiro mundial da tão falada
desigualdade estaria ali concentrada e protegida dos olhos famintos de toda a
humanidade.
Afinal,
quem manda atualmente nas relações mundiais internacionais?
Foram
vistos inúmeros manifestantes gritando que o capitalismo está morto. Muito
protesto também contra o arrocho econômico europeu, principalmente na Grécia.
Alguém foi visto, inclusive, em apoio às manifestações de rua no Brasil. Tudo
muito ordeiro e disciplinado, sem emoção.
A
nossa presidente, pela primeira vez no fórum, bradou sobre as vantagens dos
investimentos estrangeiros no nosso país.
Esqueceu-se
apenas que ocupamos a 116ª posição no que se refere ao item burocrático do
Banco Mundial quanto a "Facilidade em se Fazer Negócios”, num total de 189
nações. Isso sem falar nas nossas estratosféricas taxas tributárias.
Enfim,
um belo cenário, de alto custo, para que nos sintamos importantes na conjuntura
mundial.
Gabriel
Novis Neves
29-01-2014
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