terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Falar de educação

“O poder público tem que mudar a lógica simplista de achar que a qualidade da educação se consegue a preços módicos. Ter bons profissionais, estimulados, fazendo um bom trabalho, mostrando resultados, é algo que custa mais caro que fazer obras. Se não se investir volumes considerados de recursos nos profissionais da sala de aula, não teremos bons resultados por muitas e muitas gerações” – Antonio Carlos Máximo, professor da UFMT. Estava com saudades de palavras sensatas sobre a nossa educação!

As estatísticas realizadas pelo governo, e pagas por nós - principalmente com relação à educação infantil, ensino fundamental e médio – nos mostram sempre uma imagem positiva com relação à quantidade de salas de aulas; alunos em sala de aula; cores da pintura da escola; o nome (geralmente de pessoas que mal freqüentaram uma escola), e agora, como sinal de qualidade educacional, número de laboratórios e computadores. O professor sem o qual não existe educação, nem lembrado é.

O professor Máximo, que conheço muito bem, angustiado com o futuro dos nossos jovens relatou com perfeição uma realidade que os nossos governantes não suportam nem ouvir. Este assunto de remuneração de professores é tratado com desdém. O governo só tem uma preocupação: comparar o salário dos nossos professores aos piores salários pagos no Brasil.

Nossa educação vai muito mal! O tema “professor” lembra-me muito o Ex-Ministro da Educação do Brasil – Cristovam Buarque (aquele que foi demitido por telefone). Ele nos fala que “o sucesso da educação passa pela cabeça (conhecimento), coração (paixão pela profissão) e termina no bolso do professor que deve receber salários dignos.”

Os nossos professores, especialmente os da rede básica, são totalmente desqualificados profissionalmente pelos nossos governantes. A meritocracia neste modelo pedagógico é substituída pelo famoso QI (quem indica).

As estatísticas oficiais sobre a educação são interpretações feitas para não desagradar o patrão, e a sua divulgação, pela mídia oficial, não passa de mais um discurso direcionado à sociedade, que mais confunde do que esclarece.

Gabriel Novis Neves
16 /12 /2009

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