Aprendi, sem ninguém me ensinar, a colocar no final da crônica uma frase surpresa, que é um ‘corte’ na linha lógica do desenvolvimento da narração.
Após ela, dá-se um ‘salto’ inesperado, inusitado e gracioso, na opinião de alguns leitores.
Em “Mundo Infantil” quem leu o texto todo gostou, pois o humor que faço sobre mim mesmo agradou a muitos.
Quem não gosta de ler que um idoso de 89 anos só tem um vício — que é o gostar de namorar muito?
Certas verdades ninguém acredita, e parecem pegadinhas ou fake news.
Quem não gosta de saber que o escritor é ridicularizado por ele mesmo?
Gostei tanto do resultado da ‘experimentação’ que já escrevi sobre a minha ‘inabilidade literária’.
Como disse um jornalista amigo sobre a minha crônica:
‘Eita, isso é bom demais’ — para o vício de gostar muito de namorar.
Quando retornei à Cuiabá, os médicos tinham seus consultórios em casa.
A atendente de um médico famoso me contou que certa ocasião, devido a um forte barulho de pessoas falando, o facultativo lhe chamou na sua sala de atendimento para saber o que estava acontecendo.
Nada, foi a sua resposta.
O ‘seo’ Joaquim chegou de carroça do Livramento para consultar.
Disse que ele estava completando 100 anos e a sua ‘filharada’ achava que ‘estava na idade de ir ao médico’.
O médico mandou logo que ele entrasse para desobstruir a estreita rua dos Porcos, no centro da cidade.
O médico engraçado foi logo perguntando qual o motivo da consulta.
Ele respondeu: presente de aniversário dos meus filhos.
Então o senhor não tem queixas?
Não, senhor doutor.
O médico brincalhão perguntou — e aquele ‘negócio’ ainda funciona ou não?
Que ‘negócio’?
Responde assustado o cliente?
Esse que ‘faz filhos’.
Uai seo doutor — esse negócio acaba?
Ele deixa de funcionar com quantos anos?
E retornou de carroça para o Livramento, doido para ‘namorar’ a sua quinta mulher de vinte anos.
Gabriel Novis Neves
22-06-2024
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