Casualmente encontrei-me um colega da Universidade, a quem muito admiro, na farmácia.
Veio falar comigo e me deu um ‘conselho’ sobre as crônicas que escrevo, e que ele recebe e as lê.
É professor da área das humanas e comunicador de TV.
Disse ele: ‘Seus textos estão bons, mas, você precisa diversificar os assuntos, para não cansar e perder os seus leitores com a repetição’.
‘Tenho observado que você é um escritor apaixonado pelo cotidiano’.
‘Tente escrever sobre política externa, diplomacia, guerras, taxas de juros, também escrever sobre a política nacional’.
Logo partiu, pois, estava atrasado para seu próximo compromisso, me deixando ‘a ver navios’.
Retornei para casa pensando na importância do conselho recebido.
Sem ter com quem conversar fiquei matutando sobre o assunto: ‘você tem que diversificar os seus textos’.
A vontade que tive foi de abandonar a escrita, por absoluta incapacidade de abordar temas internacionais e políticos, em vez do cotidiano.
Fiquei, inclusive, alguns dias sem escrever ‘nadinha de nada’.
Não sou um avesso as novas experiências e a minha vida foi toda na contramão para o qual fui preparado.
Meu casamento foi ‘uma zebra’.
Filho do Bugre escolhi para ser a mãe dos meus filhos, morando em Cuiabá, uma ‘princesa’ nove anos mais jovem que eu, argentina carioca.
O meu primeiro emprego público foi à minha revelia, em uma área de conhecimento totalmente desconhecida para mim.
Assim foram os outros, até a minha aposentadoria.
Fui muito bem avaliado no exercício de todos eles, e sou lembrado com saudade por onde passei.
Iniciei a escrever crônicas sobre o cotidiano, após os setenta anos, graças ao dileto amigo Dr. João Nunes da Cunha Neto.
Leitor de tudo que escrevia, criou um ‘blog e me presenteou’, sendo desde então seu editor e conselheiro.
Sempre descobriu conteúdo literário naquilo que eu escrevia e publicava, e é um defensor intransigente do blog que ele me doou.
Nessa brincadeira tenho mais de três mil crônicas publicadas e nenhum livro impresso, para tristeza dos meus amigos acadêmicos.
Não sou um conservador, mas não poderei aceitar o conselho do meu amigo da Universidade.
Gabriel Novis Neves
25-05-2024
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