Retorno ao escritório após a curta sesta e o ambiente é diferente do da parte da manhã,
O vidro da janela permanece fechado, mas o sol apareceu e invadiu o local onde escrevo meus textos.
A temperatura neste momento está no máximo programado para hoje de 28º, e uma mínima de 17º.
Desta ‘friagem’, hoje será o dia mais frio dos próximos nove dias.
O sol acaricia com o seu calor as minhas costas, porém, não me importunando para abrir a janela de vidro.
Vou assistir ao sol se esconder atrás da Terra, num espetáculo maravilhoso da natureza.
Para dormir ligarei o ar-refrigerado do meu dormitório em 19 graus.
Quero curtir esse friozinho da máquina debaixo da colcha e cobertor.
É um artifício para se ter uma doce ilusão de um ‘inverno de verdade’ ou pelo menos igual ao da Chapada.
Quando viajava com o avô da Regina, diplomata concursado do Itamarati, ele reservava quarto no hotel mais conservador da cidade.
Costumava me chamar às dez horas da manhã no bar do hotel, onde o encontrava todo vestido de terno de casimira inglesa, casaco comprido, luvas, chapéu e monóculos.
Eu de terno da Ducal, colete de tricô de lã feito pela minha mãe.
Estava me convidando para tomar um cálice de vinho do Porto, ‘preparando o estomago’ para o almoço de carnes e pães franceses com manteiga, presunto, salaminho e queijos.
Uma garrafa de vinho tinto para satisfazer aos convidados.
Essa era a rotina dos dias que passávamos fora do Brasil.
Nunca soube o valor dessas extravagâncias, que começava pelo transporte aéreo em ‘poltronas’ da 1ª classe, com direito à champanha francês logo após a decolagem do avião.
Esse era o frio que me deixou saudades, e que eu gostava tanto!
O que é ‘bom dura pouco’, e o calorão faz mal à minha saúde.
Um governador sonhador, médico, na primeira metade do século vinte, tentou mudar a capital do Estado para a Chapada dos Guimarães.
Sabia dos males que as temperaturas elevadas causam à nossa saúde.
Dr. Mário Correa da Costa via Cuiabá como uma pequena cidade histórica, e a Chapada como capital de Mato Grosso.
A tecnologia da época inviabilizou esse sonho, pois a Chapada não possui rios para abastecer uma grande cidade no Centro-Oeste Brasileiro.
Hoje com modernas tecnologias, são construídas cidades no deserto.
E ‘o sol do nosso inverno’ está na linha do meu escritório.
Gabriel Novis Neves
20-05-2024
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