Nada melhor que trabalhar com intensidade na elaboração das minhas crônicas.
Antes do almoço escrevi duas, e agora tento a terceira.
Sinto-me leve e distraído, esquecendo do mundo que vivo.
As preocupações não nos deixam: vivem a nos rodear.
Troquei os jogos de futebol pela tela branca do computador, que vou preenchendo com as minhas ideias.
A cuidadora de hoje está terminando o curso de técnico de enfermagem.
Hoje não se esqueceu dos óculos de grau, e passou o dia todo estudando o assunto da prova escrita de amanhã, que será sobre a ‘saúde do idoso’.
Disse a ela que o assunto é uma barbada, pois há dois anos ela faz a prática cuidando de mim.
As dúvidas tiram comigo, que sou um idoso que não dá trabalho.
O pobre sabe que tem que concluir um curso técnico de nível médio ou superior.
Só assim terá salários melhores e possibilidade de um concurso na área de saúde.
O mercado está muito competitivo e só permanece nele os mais competentes.
Eu continuo ‘enchendo linguiça’ preenchendo a página do meu Word, feliz e leve, ao contrário daquilo que muitos pensam.
Minha revisora daqui a pouco reclama pelo excesso de trabalho no dia do trabalho.
Gostaria de produzir pérolas como as corredeiras dos garimpos do nosso Estado.
Frases leves, como as asas das borboletas em meu jardim namorando as flores.
Poemas e delicadeza dos versos de Dom Aquino Correa.
Elegância de um Manoel de Barros.
O português sem erros, do professor-aposentado Germano Aleixo Filho, da Universidade Federal de Mato Grosso.
Mas, aí é esperar muito de um escritor de anamneses e relatórios médicos.
A tarde se vai, o sol se escondendo no horizonte e o meu trabalho findando.
Haverá troca de plantão entre as cuidadoras.
Início das tomadas dos remédios da noite, e a chuveirada reconfortadora.
E a crônica chegou ao seu fim!
Gabriel Novis Neves
01-05-2024
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