Sempre que pude, fui até as areias próximas ao mar para ouvir o som que vem do mar com as quebras das suas ondas, chegando calminhas bem próximas de mim, molhando a areia.
É uma das inúmeras belezas que recebemos diariamente da mãe natureza, e quando estive assim esquecia do mundo e só desejei a paz.
Certa ocasião, aluguei um quarto num edifício que ficava na praia de Copacabana, junto com o meu irmão Pedro, no 14º andar, em frente ao lindo mar, o mais famoso do mundo.
Como era gostoso debruçar sobre a janela do meu quarto de dormir e observar o vai e vem das ondas estourando nas areias, produzindo um som inesquecível!
Melhor ainda era deitar para dormir com a janela aberta para que o som do mar me embalar até dormir!
Despertava com o mar me chamando para os plantões médicos.
Tudo passou tão rápido, que sinto saudades daquele ruído da minha juventude.
No Centro-Oeste não temos mar, mas antigamente tínhamos a lindeza da chuva caindo nos telhados de cerâmica das casas cuiabanas sem forro, produzindo um som único na minha infância.
Ouvia também o ruído das águas escorrendo pelos cantos das ruas vindas dos lençóis freáticos superficiais, tão abundantes em nossa cidade, de fontes naturais permanentes e das chuvas.
São ruídos da natureza que me marcaram de maneira definitiva, e que ouvi na infância e juventude.
Gosto das praias de águas salgadas não só pela brisa e com tudo que vejo no seu horizonte, mais principalmente pelos seus sons!
Conheço muitas praias do nosso imenso litoral e em todas tenho uma história diferente para contar, sempre inesquecíveis, cada uma com o seu som e as coisas do mar, de pescadores, barquinhos e navios num vai e vem sem fim, noite e dia.
O mar é mar, como o sol, a lua, as gaivotas, muito apreciado pelos poetas e apaixonados.
A moça de corpo dourado pelo sol e as aguas salgadas do mar, fica mais bela.
Até o calorão que faz em Cuiabá, fica amenizado só de me lembrar das praias com som, que conheci!
E o dia de domingo com praia fica mais alegre, como nos aniversários nas cidadezinhas do interior, realizados em sítios e chácaras, mesmo sem o som do mar.
Gabriel Novis Neves
10-09-2023
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