segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Humor

A revista Veja de semanas atrás trouxe matéria explicando ao leitor os vários tipos de humor. Segundo a reportagem existe quatro tipos de humor: corrosivo, agregador, autodepreciativo e o de bem com a vida. E alerta que todos nós temos um pouco de cada um deles. Em outra reportagem li que, “desde a antiguidade, o humor faz parte da democracia como instrumento de crítica aos governantes”, e que o “humor é uma das chaves para a compreensão de culturas, religiões e costumes das sociedades”

Bom. Concordo com tudo. Por isso me causou espanto, e acredito que em grande parte dos brasileiros, a estúpida e antidemocrática tentativa de censura aos programas humorísticos nas eleições deste ano. Mas, o povo brasileiro não é um povo qualquer. Ele é o grande povo brasileiro. Já que os humoristas foram censurados, o povo elegeu um palhaço profissional para deputado federal. A força política do humor é tão forte, que este palhaço foi eleito o deputado federal mais votado do Brasil pelo nosso Estado mais rico e alfabetizado. É o representante legítimo da indignação brasileira no Congresso. É o uso do humor corrosivo – aquele empregado para criticar, provocar e manipular os outros por meio do sarcasmo e do ridículo.

Existem várias formas de exteriorizar a nossa indignação através do humor, sendo as mais tradicionais através da escrita, televisão, caricaturas e charges. Todos os jornais e revistas possuem um número considerável de colaboradores, articulistas, cronistas etc., mas só um caricaturista ou chargista. Mas, uma boa imagem fala mais que uma enciclopédia.

Páginas de revistas famosas sempre foram preenchidas pelos caricaturistas, e suas curtíssimas indagações. O “Amigo da Onça”, do imortal Péricles, era mais certeiro nos seus objetivos do que as dezenas de páginas escritas pelo David Nasser. É bom lembrar o imortal Millôr, que semanalmente ocupa uma página da principal revista do Brasil, utilizando desenhos, letras e pequenas frases. O mestre em recente entrevista afirmou que sempre fez jornalismo com humor, pois “quem não tem humor não vive, é vivido.”

Como gostaria de demonstrar toda a minha indignação, se um dia fosse premiado pelos Deuses do humor.

Quero viver e não ser vivido, nesses dias que me sobram da poupança de uma vida íntegra.


Gabriel Novis Neves (7.5+95)

09-10-2010

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