sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Densidade

A única possibilidade, de se produzir transformações em um país é através da política-partidária. Uma política séria, honesta, transparente, e que tenha como único objetivo o desenvolvimento integral da sociedade. Quando um cidadão de bem se apresenta para servir o seu país, e não servir-se Dele, logo aparecem os curandeiros dos laboratórios políticos, com a fatídica e venenosa sentença: “você é a nossa reserva moral, mas infelizmente não tem densidade eleitoral.” Com essa fórmula farmacêutica moderna de formicida Tatu, muitos desistem e deixam o campo aberto aos de sempre.

Quando criança ouvia sempre o meu pai dizer que governo não perde eleição. Assim era a eleição na República Velha – entenda-se o uso da máquina eleitoral do Estado, fabricando vencedores. Depois, com a Constituinte de 1946, falava-se e comentava-se que o candidato para vencer uma eleição, deveria ser bastante abonado. Passamos pelo período do Senador Biônico, e cassação dos adversários políticos para funcionar “democraticamente” o Congresso Nacional! Chegamos à sonhada Constituição Cidadã, e entregamos o governo, ao chefe civil mais desqualificado do Movimento Militar de 64, para implantar a democracia no Brasil. Pode? Daí para frente, todos se recordam o que aconteceu.

Trouxemos para nos comandar o caçador de marajás de Alagoas, o topete de Juiz de Fora, o sociólogo da USP e o operário do ABC aposentado precocemente por invalidez. Agora é a vez do Charutão. Dizem os marqueteiros, que densidade eleitoral, pode ser nata ou clonada. É gente que possui e representa grupos com muita bala na agulha, quer dizer: dinheiro em caixa. Por favor, não me perguntem como isso acontece...

O grande responsável por essa nossa atual miséria política, de há muito já foi profetizada: “o silêncio dos bons”. E pensar que os bons, são a maioria neste país! Democracia é governo para todos. Conseguimos com o nosso silêncio a permissão para o uso criminoso do bisturi da irresponsabilidade social, favorecendo dessa forma a criação de um governo para poucos.

Densidade é o entorpecente moderno para aqueles, que mesmo velhos, não conseguem sobreviver, longe das tetas da mãe pátria. Esse entorpecente é extremamente fatal para os fracos, indecisos e mariposas do poder. Não tem nenhum efeito para os que trabalham pelo engrandecimento deste país, e constituem a sua maioria.

Chegou o momento de desmistificar tudo que sabemos. Vamos explicar aos nossos irmãos o verdadeiro significado de densidade. Esqueçam tudo que aprenderam na escola sobre densidade e procurem traduzir esta palavra para o linguajar político. Amigos! Quando ouvirem dizer que um cidadão íntegro, como a maioria do povo brasileiro, é um ótimo candidato, mas não tem den$idade eleitoral, entenda-se: não possui dinheiro para comprar consciências, tampouco apoio de grandes grupos econômicos.

Vamos todos arriscar um voto em candidatos Ficha Limpa, sem densidade eleitoral só para saber o que vai acontecer? Estou nessa.


Gabriel Novis Neves

29/07/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.