Tomo um prolongado banho frio. Ingiro meio copo de café quente sem açúcar. Climatizo o meu dormitório a uma temperatura de 16 graus. Ligo o “Umidificador e Purificador de Ambiente,” na sua capacidade máxima. Deito na cama. Depois de confortavelmente instalado, ligo a televisão. Estou preparado para assistir ao grande e esperado debate de “idéias e propostas” entre o casal de presidenciáveis. Expectativa de soluções ou propostas sinceras não constava na minha noite diferenciada.
Abrem-se as cortinas. O espetáculo começou. Logo na primeira resposta da candidata sabia que a noite seria de luta-livre. Pancada válida só da cintura para cima. E olha que o tema escolhido para a discussão foi educação! Aconteceu de tudo nesse espaço, menos o que fazer com a péssima educação oferecida aos jovens brasileiros.
Veio o intervalo para o segundo bloco. O sono dava sinais que iria derrotar a minha curiosidade de ver o nada para nada. O nível piorou. Uma senhora nervosa destilava ódio puro e “tergiversava” muito. Do outro lado um tranqüilo senhor jogava, com suave ironia, bombas mortais. Fiquei sabendo de cada sujeira! Com relação ao futuro do Brasil, nada. O sono quase me venceu, mas consegui chegar até as despedidas finais. Imediatamente desliguei a televisão, a luz do meu quarto e fui dormir.
Foi um sono cheio de pesadelos horríveis! Sonhei com “genéricos”, e principalmente com “tergiversar.” Como esse verbo foi empregado, gente! Em toda resposta que a senhora dava ao careca aparecia o verbo, última criação dos marqueteiros para se ganhar uma eleição. Nesses debates é “tão bom” não conhecer o currículo e história de vida dos nossos políticos!
Recentemente uma amiga me disse antes das eleições:
- Eu só vou votar em um candidato - e citou espontaneamente o seu nome. A seguir me perguntou se eu faria o mesmo.
- Infelizmente, não, porque o conheço muito bem - respondi.
A amiga surpresa junta as mãos, como em uma oração e desabafa:
- Preciso acreditar em alguém!
Ao contrário do nosso Presidente, não entendo patavina de política, mas manjo mais de futebol que ele. Existe uma regra básica para o time que está vencendo um campeonato com folga. “Jogar com prudência no erro do adversário.”
No debate, o técnico do time que estava vencendo, demonstrando insegurança, mandou o seu time agredir. Todos os que assistiram ao jogo eleitoral, perceberam a fragilidade do time que venceu no primeiro tempo. Abriu totalmente a sua defesa para os contra-ataques mortais.
O jogo está apenas no início. A única chance do time da senhora ganhar seria no primeiro tempo. Ela sabe disso, e o seu técnico e comissão técnica também. Isso ficou bem evidenciado nesse encontro.
Pelo andar da carruagem teremos mais coisas, a saber. A candidata pela primeira vez foi à Igreja de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. Ela assistiu à missa por imposição dos marqueteiros, só que eles se esqueceram de avisá-la da importância da comunhão. Na mesma hora, rádios, sites, jornais e televisão anunciavam o fato: “Foi à missa e se negou a Eucaristia.” Sabe qual a justificativa que ela deu aos jornalistas por não ter comungado?
“Essa pergunta é preconceituosa. O meu Deus me entende.”
Será que o Deus dela, ficou em Brasília? Era o comentário.
Para mim basta de debate! Única novidade que deve surgir no “debate de idéias” eu já sei.
“A candidata está processando o Brasil!”
Gabriel Novis Neves (7.5+99)
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