domingo, 31 de março de 2024

VISITAS DE DOMINGO


Recebi uma comissão de professores da nossa Universidade Federal.


O objetivo era discutir o tipo ideal de universidade que queremos.


Passados cinquenta e três anos da sua criação, os professores estão preocupados com a sua memória histórica.


Durante mais de meio século a UFMT sofreu muitas transformações.


Nasceu com a forma jurídica de fundação, depois mudada para autarquia.


Ela se espalhou por Rondonópolis, Pontal do Araguaia, Barra do Garças e recentemente Várzea Grande.


O Centro de Rondonópolis virou Universidade Federal, com o curso de Medicina funcionando.


Pontal do Araguaia e Barra do Garças se preparando para ser sede da Universidade Federal do Araguaia.


A universidade ideal no meu conceito é aquela que valoriza seus professores e servidores, oferecendo-lhes condições dignas de trabalho, com salários justos.


Se a instituição não valorizar quem nela trabalha, será muito difícil desejar um ensino de qualidade.


Realizamos um grande sobrevoo nesses cinquenta anos de cidade universitária no Coxipó da Ponte.


Houve avanços sim, mas a impressão que temos é que passamos por um momento de letargia.


As autarquias parecem mais sensíveis a corrosão burocrática do poder público, prejudicando o seu desenvolvimento.


A nossa universidade perdeu sua autonomia administrativa e financeira, ficando refém dos burocratas de Brasília. Um horror!


É muito email pra lá e cá, com ofícios, memorandos, planos de trabalho detalhados, etc.


O nosso curso de Medicina está completando quarenta e quatro anos de funcionamento.


Para comemorar seus quarenta anos formando médicos e prestando serviços ao Estado, sua direção se esforçou para imprimir um livro contando a trajetória desse curso.


Os professores, diretores, reitores, ex-alunos de primeira hora, gravaram longos depoimentos para a comissão encarregada da impressão do livro que seria lançado em 2020.


O livro está pronto, revisado para a gráfica de uma editora.


A universidade teve editora (!), mas não edita mais por problemas burocráticos e não sei se o cargo de editor foi extinto.


O reitor diz que nada pode fazer, pois não tem recursos. O mesmo acontece com toda a área da saúde.


Isso se repete em todos os setores dando ao chegante um aspecto de abandono.


Gabriel Novis Neves

24-03-2024





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