Aí dois enfoques do trabalho que têm o mesmo fim, ainda que diferentes quando se trata do custo ao consumidor.
O pessoal da mão de obra especializada possui, em sua maioria, ensino fundamental e médio, quando os possui.
Pelo serviço, cobra o que bem lhe apetece.
No que toca aos portadores das mais variadas profissões, exige-se deles o ensino superior em universidades, com registro em seus conselhos. Sem isso, não poderão exercê-las.
Os honorários dependem de tabelas. Fornecem recibo pelo serviço prestado.
Tais diferenças incentivaram o surgimento de ‘profissões invisíveis’, com remuneração bem maior.
Por não possuírem carteira assinada, descontam como autônomos com vista à aposentadoria pelo INSS.
Há bem tempo, elas só vingavam nos grandes centros urbanos, a exemplo de São Paulo e do Rio de Janeiro. Hoje se dissemina pelas capitais dos Estados.
Interessante que, quando precisamos dos serviços de ‘profissionais invisíveis’, a ajuda de intermediários é de lei.
Diferentemente ocorre com os de mão de obra especializada: a indicação é sempre do porteiro do edifício.
Quando se cuida dos profissionais com ensino superior, a gente se socorre sempre de um colega.
Sendo médico, passei pelo estreito e difícil corredor do vestibular, seguido por um curso de seis anos. Depois, frequentei três anos de residência médica. Só aí ingressei no mercado de trabalho, cara a cara com uma competição desumana.
Para ‘sobreviver’, o médico recém-formado é obrigado a atender no SUS, sob o jugo de tabelas ridículas. Adicione a tanto um plano de saúde também com suas tabelas irrisórias.
Ele tem de ir ao encontro de um dilúvio de pacientes por dia! Tão só para ‘sobreviver’.
O médico principiante não dispõe de clínica particular, cada vez mais rarefeita. Só o conseguirá se portar erguida especialização e demonstrar competência, o que implica uns vinte anos de serviços.
Há honrosas exceções.
Ressalte-se que, no caso da mão de obra especializada e das ‘profissões invisíveis’, quanto mais jovens são, mais ganham.
Convoquei um gesseiro para retocar um pedaço da parede do ar-condicionado da copa. O isopor, provisório, se estilhaçou com a ventania última.
A indicação do jovem, quem o fez foi o porteiro. O custo desse trabalho de quase uma manhã beirou a hora da morte.
Curioso por saber o preço? De longe maior que o de um médico que atende aos pacientes do SUS e de convênios.
Alguém poderia, por favor, me explicar essa diferença de custos por serviços prestados? Com a palavra, os economistas!
Gabriel Novis Neves
7-2-2024
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