De uns tempos para cá, descobri que, deitado na cama, esperando o sono chegar, tenho tido muita ‘disposição’ para escrever.
Tudo que leio, ouço e converso durante o dia, pode me servir de ‘inspiração’.
Ouvindo música pelo ‘youtube’, a cuidadora, sentada no sofá, papeando com alguém ao fone de ouvido, começou a teclar a minha nova criação no iPhone.
Tudo por extrema necessidade de ‘esvaziar’ meus neurônios, cheios de informação.
Não me detenho à pontuação e fico concentrado no tema que elegi para a nova crônica.
Quando sinto que o sono vem, de mansinho, chegando, encerro meu trabalho.
Àa vezes, chego a findar a crônica. Outras, deixo os últimos retoques para a manhã do dia seguinte, tão logo abro o computador.
Faço uma ‘revisão geral’. E outras, mais específicas, para ‘temas especiais’, ao exemplo de psiquiatria, filosofia, teologia e estilística gramatical.
Cada pasta me é muito importante quando acionada, pois não sou um ‘sabe-tudo’, mesmo quando o tema cuida de medicina.
Terminei há pouco a minha gostosa soneca após o almoço. Como choveu esta madrugada, e continua a chover, o sono me foi reparador.
Ao meu lado, o tradicional chá de camomila com erva-doce, que a cuidadora tem o maior zelo de me trazer todas as tardes.
Dou graças a Deus por me ter ensinado como viver bem o dia. Aliás, nem chego a ver o tempo passar.
Sinto que fui premiado — já lá se vão treze anos — com um jeito digno e especial para o entardecer dos meus dias.
Iniciei a escrever essas peripécias do cotidiano despertado por meu caminhar pelas ruas, avenidas e becos de minha cidade.
Além desta temática autobiográfica, que agasalha aspectos do meu passado, tento abordar outras matérias com conteúdo variado.
Nesse andar, sem atropelos, espero que, quando a noite chega, possa estar sob o influxo de nova ‘inspiração’.
Assim, a vida caminha de forma serena para mim. Difícil — chego a pensar — de ser entendida por quem não se abeira do meu dia.
A meu ver, ‘escrever’ é parte, hoje, de minha maturidade. Tenho comigo que, ao mesmo tempo em que isso me realiza, tem o dom de proporcionar a meus leitores um bocadinho de afago.
Só eu sei como me faz bem!
Gabriel Novis Neves
12-3-2024
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