terça-feira, 10 de abril de 2012

PEGOU MAL


Só por vício de linguagem é que utilizamos da expressão “pegou mal” - pois nada neste país, hoje em dia, pega mal.
A mídia inundou o noticiário com a relação dos benefícios recebidos pelos nossos representantes políticos.
Eles não são funcionários públicos. Eles estão no Congresso Nacional por força do nosso voto. E lá os colocamos para que possam transformar este país em uma nação mais justa – sem privilégios concentrados em determinadas pessoas ou grupos.
Infelizmente, não é isso que vemos acontecer.
O povo brasileiro é ordeiro e trabalhador. Honesto na sua quase totalidade. Vive no nível das suas necessidades, sendo que, quase 20 milhões, vivem abaixo da linha da pobreza.
Pois bem. Tramitou no Congresso Nacional uma emenda constitucional corrigindo uma aberração contra a maioria dos habitantes desta nação – o recebimento do 14º e do 15º salários pelos congressistas.
Na Câmara dos Deputados, menos de seis dos seus membros deram o bom exemplo de não receber este benefício.
No Senado Federal, todas as excelências que lá estão, acharam ético e justo receber aqueles adicionais salariais.
É triste constatar que a unanimidade dos senadores aceitou receber aquilo que nenhum trabalhador brasileiro tem direito.
Eles se nivelaram aos defensores da falsa ética, aos “ficha suja”, aos chefes de currais eleitorais, aos empresários de fortuna desconhecida, aos religiosos que exploram a ignorância dos fieis, enfim, à escória humana.
É uma vergonha para esta nação suportar, além dos escândalos, toda sorte de privilégios desta casta que habita os prédios de Niemayer em Brasília!
Como manter o entusiasmo cívico votando em representantes que só pensam neles? Gostaria de ver um congressista, com todo este terço de privilégio, consultar em um ambulatório do SUS, ser internado em hospital público, colocar o seu filho em escola pública e deixar de receber passagens aéreas para visitar o Rio de Janeiro.
A nossa gente tem memória curta, todos sabem, mas está cansada de ver inutilidades humanas nos dirigindo.
É triste e frustrante para nós vermos a perpetuação desta conduta imoral e aética dos nossos representantes.
Nas próximas eleições, com certeza, e com a maior cara de pau, do alto dos seus 15 salários anuais – e outros imorais benefícios - eles, humildemente, pedirão os nossos votos.
Para mim, basta!

Gabriel Novis Neves
28-03-2012

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