domingo, 15 de janeiro de 2012

Coluna Prestes


Antes de chegar às aulas de história no colégio, ouvi comentários dos antigos sobre uma tal de Coluna Prestes.
Por maior que fosse a minha atenção, nunca entendi o que aquilo significava. Reparava que, sem exceção, os que comentavam sobre a presença desta Coluna aqui em Mato Grosso, sempre faziam com ar de desaprovação e irritação.
Um dos fatos que me marcou foi o relato do ex-reitor Atílio Ourives sobre o que Prestes e a sua turma fizeram em Barra do Bugres, onde o seu pai tinha uma pequena criação de gado.
A imagem dos trapalhões andarilhos pelo Brasil nunca conseguiu convencer ninguém, muito pelo contrário.
Através de pesquisas históricas, ficou conhecida como um conjunto de malfeitores, que matavam inocentes, estuprava senhoras e meninas na frente de seus esposos e pais, destruíam as cidades e partiam, deixando os miseráveis mais miseráveis.
Tudo que este pessoal fez foi contada de maneira diferente pelos jornais da época. Hoje, pesquisas de pessoas honradas e de credibilidade, são publicadas com documentos reveladores dos desatinos praticados por aqueles jovens da Coluna.
Conheci o Cavaleiro da Esperança em um comício no Rio de Janeiro. Figura inexpressiva, assalariado do governo soviético.  Para implantar o comunismo no Brasil recebeu muito dinheiro, fracassando redondamente em seu intento.
Terminou os seus dias sendo sustentado pelo jovem centenário e sonhador Oscar Niemayer, o único comunista existente no Brasil.
Com Juarez Távora, que era o segundo da hierarquia da Coluna, tive um contato maior. Quando velho e sem prestígio, veio lançar o seu livro de memórias na UFMT.
Levei-o para minha casa onde tomou um chá. Sabendo ser eu médico, proferiu naquela noite, que ficou histórica para mim, uma aula sobre a sua doença que eu só conhecia em livros - espru - que adquiriu nos sertões de Minas Gerais.
Era a explicação científica para a sua incrível magreza. A idade diminuiu sua fúria juvenil, e ouvi relatos fantásticos do vice-rei do Brasil, que foi um dos poucos sobreviventes do Grupo dos 18 do Forte de Copacabana.
O Brasil precisa conhecer a sua história verdadeira. Aproveitando este prolongado pós-operatório e final de ano, pretendo fazer pequenas anotações sobre as histórias fantasiosas que nos ensinaram na escola.
A Coluna Prestes foi uma delas.

Gabriel Novis Neves
29-12-2012

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