Sou cliente antigo do posto de saúde da Lixeira. Todos os anos no mês de abril, munido da minha carteira de vacinação, ali compareço para tomar as vacinas que protegem a minha saúde.
Até agora a estratégia está dando certo. Neste ano inclui na minha carteira, uma vacina nova - a Gripe A (H1N1). Gentilmente a enfermeira informou-me que, se eu esperasse mais alguns dias, tomaria a nova – H1N1, e a já conhecida anti gripal dos idosos. Num primeiro momento titubeei frente à proposta, e quase volto para casa. Mas, como que em um sonho, lembro-me dos antigos de Cuiabá com a sua sabedoria expressa eu um dos seus ditados inesquecíveis: “Seguro morreu de velho.” Disse à enfermeira que tomaria a vacina Gripe A (H1N1) agora, e voltaria daqui a quinze dias para tomar a outra.
Chego em casa, e enquanto aguardo o almoço, ligo a televisão no noticiário nacional. Primeira notícia: o Ministério da Saúde informa que foi adiado o início da Campanha Nacional de Vacinação para a Gripe em idosos! Vivemos em um país em que todos os benefícios para a população são adiados, quando não são negados. Só conheço um programa nacional antecipado: a morte dos pacientes. As causas são por demais conhecidas de todos, portanto não irei citá-las.
Antigamente diziam que o ano no Brasil, iniciava-se após o carnaval. Esta sentença pertence ao arquivo morto da nossa história. Agora o que se diz é que tudo irá acontecer (já estão dando prazos), depois da Copa do Mundo em 2014.
Estava crente que a ferrovia do Vuolo já estava chegando à Cuiabá, e descubro pelos jornais que o contrato de concessão para a construção da ferrovia foi rompido, e inacreditavelmente de forma “amigável”. E pasmem! Os recursos sairão do PAC-2 (!), após enfrentar a burocracia para acertar o contrato “amigável.” Como a maioria das obras do PAC-1, não saiu da prancheta por falta de recursos, essa é mais uma história para boi dormir em período eleitoral. Quando venderem a Amazônia (já existe anúncio nos Estados Unidos) os descendentes daquele povinho que foi expulso do Maranhão (os holandeses), farão os trilhos chegarem à Cuiabá. Enquanto isso, diariamente festas são realizadas para assinaturas de papéis – com promessas que jamais serão cumpridas.
A verdade dolorosa é que Mato Grosso conquistou mais um título – é o estado brasileiro de “pior índice de vacinação contra a Gripe A”, aquela que está matando. Mato Grosso foi o único estado brasileiro que não participou no dia 10 de abril, do Dia D, responsável pela nossa última colocação, segundo fontes do Ministério da Saúde. Basta de enrolação! O que precisamos é de sinceridade para enfrentar os nossos problemas, e um mínimo de compromisso para resolvê-los. Falação e festança não enganam nem “besta quadrada”, se é que elas existam. Mostrem a seringuinha com a vacina na televisão, em vez de tomógrafos, aparelhos de ressonância magnética, e o xodó visual dos políticos – uma UTI, sem pacientes, só com os lindos aparelhos.
Seguro morreu de velho – já tomei a minha vacina.
Gabriel Novis Neves
20/04/2010
Até agora a estratégia está dando certo. Neste ano inclui na minha carteira, uma vacina nova - a Gripe A (H1N1). Gentilmente a enfermeira informou-me que, se eu esperasse mais alguns dias, tomaria a nova – H1N1, e a já conhecida anti gripal dos idosos. Num primeiro momento titubeei frente à proposta, e quase volto para casa. Mas, como que em um sonho, lembro-me dos antigos de Cuiabá com a sua sabedoria expressa eu um dos seus ditados inesquecíveis: “Seguro morreu de velho.” Disse à enfermeira que tomaria a vacina Gripe A (H1N1) agora, e voltaria daqui a quinze dias para tomar a outra.
Chego em casa, e enquanto aguardo o almoço, ligo a televisão no noticiário nacional. Primeira notícia: o Ministério da Saúde informa que foi adiado o início da Campanha Nacional de Vacinação para a Gripe em idosos! Vivemos em um país em que todos os benefícios para a população são adiados, quando não são negados. Só conheço um programa nacional antecipado: a morte dos pacientes. As causas são por demais conhecidas de todos, portanto não irei citá-las.
Antigamente diziam que o ano no Brasil, iniciava-se após o carnaval. Esta sentença pertence ao arquivo morto da nossa história. Agora o que se diz é que tudo irá acontecer (já estão dando prazos), depois da Copa do Mundo em 2014.
Estava crente que a ferrovia do Vuolo já estava chegando à Cuiabá, e descubro pelos jornais que o contrato de concessão para a construção da ferrovia foi rompido, e inacreditavelmente de forma “amigável”. E pasmem! Os recursos sairão do PAC-2 (!), após enfrentar a burocracia para acertar o contrato “amigável.” Como a maioria das obras do PAC-1, não saiu da prancheta por falta de recursos, essa é mais uma história para boi dormir em período eleitoral. Quando venderem a Amazônia (já existe anúncio nos Estados Unidos) os descendentes daquele povinho que foi expulso do Maranhão (os holandeses), farão os trilhos chegarem à Cuiabá. Enquanto isso, diariamente festas são realizadas para assinaturas de papéis – com promessas que jamais serão cumpridas.
A verdade dolorosa é que Mato Grosso conquistou mais um título – é o estado brasileiro de “pior índice de vacinação contra a Gripe A”, aquela que está matando. Mato Grosso foi o único estado brasileiro que não participou no dia 10 de abril, do Dia D, responsável pela nossa última colocação, segundo fontes do Ministério da Saúde. Basta de enrolação! O que precisamos é de sinceridade para enfrentar os nossos problemas, e um mínimo de compromisso para resolvê-los. Falação e festança não enganam nem “besta quadrada”, se é que elas existam. Mostrem a seringuinha com a vacina na televisão, em vez de tomógrafos, aparelhos de ressonância magnética, e o xodó visual dos políticos – uma UTI, sem pacientes, só com os lindos aparelhos.
Seguro morreu de velho – já tomei a minha vacina.
Gabriel Novis Neves
20/04/2010
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