domingo, 13 de outubro de 2024

UM BUSTO PERDIDO


A praça que hoje abriga o busto do doutor Alberto Novis, entre a rua de Baixo e o Beco do Candeeiro, em Cuiabá, já foi o casarão de dona Euphrosina Hugueney de Mattos, comerciante de produtos importados.


Depois sediou o jornal ‘O Social Democrático’ e era o local onde o senador Filinto Muller atendia a população quando vinha à Cuiabá.


No espaço também funcionou o Armazém Amui e outros estabelecimentos comerciais que marcaram essa época.


Em 1970 a residência ficou abandonada e, com o passar dos anos, começou a ruir, dando surgimento à praça.


Com a demolição do velho e lindo sobrado colonial, construído de adobes, abriu-se um clarão no local.


A prefeitura limpou o local e construiu uma pracinha na administração Vilanova Torres que leva o nome do meu avô, e foi o primeiro otorrinolaringologista de Mato Grosso.


O médico prestou grandes serviços à população cuiabana.


Foi deputado estadual de 1908 a 1912, tendo publicado diversos artigos, e foi também reconhecido como jornalista.


A família encomendou o busto, já que a prefeitura não possuía recursos.


O local é equipado com câmeras filmadoras e vigiada por funcionários da prefeitura.


Não é a primeira vez que ladrões arrancam o busto de bronze para ser derretido e vendido.


Os autores da façanha nunca foram punidos ou encontrados.


Os responsáveis pelo patrimônio histórico e cultural alegam falta de recursos para repor o busto roubado.


Triste com o acontecido, li que o busto de bronze de Nelson Rodrigues foi roubado do mausoléu do cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.


É comum em todo o Brasil o roubo de bustos das praças públicas e cemitérios, mesmo com 45kg de bronze, e arrancados com pé de cabra.


Se a família do homenageado quiser, que contrate um escultor para fazer a obra.


E os ladrões nunca são encontrados.


Esquisito, né?


Gabriel Novis Neves

10-10-2024





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