Com
a surpreendente escolha do Cardeal de Buenos Aires para o comando da Igreja
Católica Apostólica Romana e a ampla cobertura que a imprensa mundial dedicou a
esse fato inédito, evidente que muitos debates surgiram com relação,
principalmente, aos nossos valores espirituais, morais e religiosos.
O
Papa Jesuíta, com opção franciscana de vida e descoberto no fim do mundo, como
ele mesmo disse ao se apresentar aos fiéis, de imediato conquistou a todos.
A
sua espontânea simplicidade e bom humor foram fatores decisivos por esta
conquista.
Sua
Santidade não disse o que pretendia fazer para o futuro da sua igreja.
Demonstrou, no entanto, com suas atitudes e ações, nunca pensadas na história
do Vaticano, que será um pastor despojado dos valores nobiliárquicos do cargo.
Assumiu
o pontificado um homem comum, como a maioria da população deste pequeno
Planeta.
Despojado
de ostentações, suas vestes são simples, sem adornos de faixas ou joias de
ouro. Seus deslocamentos são comunitários, sejam em elevadores ou automóveis.
Essas
demonstrações de humildade foram notadas e aplaudidas pelo mundo que reclama
das desigualdades sociais.
Seus
atos espontâneos emocionaram o mundo cristão, principalmente, que esperava por
transformações comportamentais radicais na Igreja Católica.
Culto
e carismático, Francisco deverá enfrentar uma oposição silenciosa dos
defensores das tradições do cargo, que mesmo com a perda do seu rebanho não
perceberam que o mundo mudou e não suporta mais essa barreira da aristocracia
com a população em geral.
Francisco,
como bispo de Roma é uma vitória dos Cardeais periféricos sobre a Cúria
dominada por europeus, e que por séculos dominam os destinos da igreja de São
Pedro.
É
a primeira vez que um jesuíta, chamado de soldado do papa, é escolhido para
renovar a sua igreja e estancar a sangria da perda dos seus fiéis.
Os
jesuítas sempre foram perseguidos, e, aqui no Brasil, expulsos pelo Marquês de
Pombal.
Esses
sacerdotes, além do compromisso com a evangelização, procurando chegar até o
mais longínquo núcleo de nações indígenas ainda não contatadas pelo “homem
branco”, têm outra missão, talvez amais difícil e importante.
Acreditam
os jesuítas que, sem a preparação educacional das elites, as transformações tão
exigidas pelo mundo moderno, jamais acontecerão.
Esse
é o principal desafio do Papa Francisco: educar as elites para que elas façam
opção pelos mais necessitados, maioria da humanidade.
Dirigentes
preparados serão soldados exterminadores do grande mal que atinge os povos, que
é a corrupção.
O
combate ao consumismo desenfreado, ao conservadorismo pela vaidade, ao desamor
ao próximo, às guerras sempre inúteis, e por motivações econômicas e manutenção
do poder, são alguns pontos que esperamos que Francisco lecione às elites.
Tornar
o mundo ecumênico, não. Mas, ensinar a tolerância e o respeito entre os povos e
que cada um continue com os seus valores e crenças.
Essa
é a expectativa que o mundo deposita neste humilde pastor da América Latina que
faz e não fala.
O
seu exemplo é o currículo que ele nos doa para ser seguido.
Esperamos
um mundo melhor com o Francisco, pastor simples, como simples são suas ovelhas.
Gabriel Novis Neves
17-03-2013
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