Em
1953 foi criada a Loteria Esportiva do Estado de Mato Grosso (LEMAT). Tinha por
finalidade explorar os jogos de azar permitidos pela lei para captar recursos
com fins sociais.
A
nossa LEMAT morreu prematuramente de causas bem conhecidas. Por longos anos
ficou esquecida da nossa população. No entanto, seus responsáveis não tomaram
as providências que um óbito necessita, principalmente com relação ao
inventário e a baixa em cartório da sua vitalidade.
Para
efeitos legais a LEMAT nunca morreu, apenas ficou na clandestinidade.
Quando
assumiu o governo do Estado, o atual dirigente, provavelmente para acomodações
políticas, fez a exumação da LEMAT e, de imediato, nomeou o seu presidente.
Funciona
como uma autarquia, com quatro funcionários. É subordinada à Secretaria de
Fazenda do Estado (SEFAZ).
Durante
mais da metade do governo que está se exaurindo, este secretário não fez nada
além de pagar o holerite dos seus quatro funcionários.
Estava
tudo acertado que ela funcionaria no regime em moda neste governo, que é o
terceirizado. Um empreiteiro, de muita credibilidade no Estado e com inúmeros
serviços prestados na área da construção civil, tocaria o projeto social.
Credenciava-o
para a missão a sua larga amizade com os nossos políticos, além da sua
vitoriosa experiência em exploração de casas lotéricas, especialmente em Goiás.
Devido
a um pequeno problema desse empresário com a Polícia Federal, esse projeto
social não pode ser implantado em nosso Estado.
O
assunto saiu da pauta das prioridades. Os quatro funcionários da autarquia
social ficaram esperando novas orientações.
Para
espanto geral da população foi anunciado que no segundo semestre deste ano será
realizada uma licitação pública para escolher a empresa que irá implantar a
jogatina oficial em nosso Estado.
Dizem
que até empresas internacionais estão interessadas no negócio.
Enquanto
isso, os quatro funcionários continuam aguardando o desfecho desse projeto,
cujo lucro, repito, será destinado às obras assistenciais.
O
diabo é que o governador, ao que tudo indica, deixará o cargo antes do término
do seu mandato para se candidatar ao Senado da República. Não temos, portanto,
a garantia de que essa loteria, que veio para competir com os jogos da Caixa
Econômica Federal, continuará ou retornará à clandestinidade.
Receio
pelo futuro dos quatro funcionários da autarquia da Secretaria de Fazenda, já
que o Estado está tocando os seus projetos sociais sem os recursos dessa
estranha LEMAT.
Mais
um episódio para a enciclopédia de coisas que acontecem por aqui e que no
Paraguai daria cadeia.
O
que fazer com os quatro funcionários? - eis a questão.
Gabriel Novis Neves
13-03-2013
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