quinta-feira, 8 de março de 2012

PROCURA-SE UM AMIGO


De tempos em tempos, a imprensa noticia a história de um misterioso cheque de um grande empresário a “um amigo”.
Ele foi emitido em 2008, preenchida a data e destinatário em 2010.
Essas datas são importantes e poderão ajudar a desvendar o caso, cuja cobrança está na justiça. Para provar isso o empresário pede uma perícia no cheque.
Em 2008, o empresário foi candidato à prefeitura de Cuiabá, e 2010 um ex-correligionário amigo se candidatou ao cargo mais importante do Estado, contra o empresário emitente do cheque.
Conheço a história de vida do empresário.
Em 2008 estive em sentido contrário politicamente ao seu desejo, pelo conjunto da obra que representava.
Em 2010 fui um dos seus incentivadores.
O valor do “cheque do posto” como ficou conhecido, não discuto.
Hoje o empresário do Coxipó é um dos mais bens sucedidos homens de negócios do Estado.
Diversificou o seu trabalho, e irei chamá-lo de minerador.
Construiu uma trajetória marcada por seriedade e muita credibilidade.
Ele depositou na justiça o valor total do cheque e se dispôs a discutir a dívida que ele não reconhece, além de alegar nunca ter feito compra de combustível ou qualquer outro negócio com o referido posto ou sua proprietária.
Pagar por uma despesa cometida mesmo inflada, não irá alterar o metabolismo das suas saudáveis empresas.
Ganhou patrimônio e  muito, com o seu trabalho, criatividade, modernidade e capacidade técnica. Jamais ocupou um cargo público ou estourou caixas eletrônicas.
O intrigante nessa história, parecida com romances policiais, e que precisa ser esclarecida é o seguinte:
Quem recebeu das mãos do empresário esse cheque de R$ 1,191 milhão, divulgado pela imprensa?
Quem pagou ao posto e recebeu a nota fiscal da quitação da dívida?
Existe uma nota de combustível emitida por este posto?
Por que ela nunca foi apresentada?
Se a cobrança é de um posto de combustível e não tem nota fiscal, estaremos diante  de um fato grave de sonegação.
Quem dos "amigos" de 2008 do empresário e que estão hoje no poder estão envolvidos na trama deste cheque?
Será que este cheque foi dado em caução para "amigos" levantar dinheiro em 2008?
Cheque caução só é proibido por lei no atendimento hospitalar.
Será que estes "amigos" não pagaram este cheque e guardaram para prejudicar politicamente  o “amigo.”?

Por que um cheque de 2008 aparece depositado na época da campanha de 2010, quando o empresário enfrentava os seus "amigos" na campanha de governador?
Dinheiro para pagar o cheque todos sabemos que o empresário tem, aliás, já está depositado em juízo o valor informa a imprensa.
Porque então ele se nega a reconhecer a dívida? 
Por que o posto está cobrando o empresário, e entrou na justiça para receber o que deve segundo o proprietário do combustível, sem esses comprovantes?
Os próximos capítulos dessa minissérie, - “Cheque do Posto,” promete grandes emoções.
O empresário evoca como testemunhas para comprovar que não é devedor, o atual governador do Estado que em 2008 era vice, e estava engajado na sua campanha em cargo de comando.
O secretário de Fazenda da época, cuja razão não consigo entender, e um amigo do tempo das vacas magras, hoje empresário e que como ele, nunca exerceu cargo público.
O empresário acusado de caloteiro disse a imprensa, -  “Irei comprovar que não devo nada em que pese o cheque ser verdadeiro”.
Ficou claro o caso, ou será mais um daqueles crimes sem cadáver?
A opinião pública exige um esclarecimento, pois estão envolvidas personalidades públicas que deveriam estar longe dessa polêmica discussão jurídica não republicana.
Há tempos, a pizza é o prato predileto do brasileiro em situações semelhantes.
Acho que estão preparando uma gigante, para este caso.
São muitos ingredientes indigestos na história do “Cheque do Posto.”

Gabriel Novis Neves           
06-03-2012

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