quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Rolagem ou enrolação

O governo do Estado acendeu a luz vermelha para a necessidade de se evitar gastos públicos.

O dinheiro está curto, e a ordem é para afivelar bem os cintos. Tudo bem. Vou furar tantos buracos quantos forem necessários no meu cinto, para não ser responsável pela catástrofe ora anunciada.

Ao mesmo tempo, fico confuso ao saber que a nossa dívida - que vem de longe – está sendo re-re-renegociada com a União, com juros e correções superiores a dos agiotas. Será quitada totalmente no ano que vem e nos livrará desse incômodo fardo.

Pois não é que o Executivo pediu, e a Casa de Leis autorizou a rolagem dessa dívida por mais quinze anos?

Irá começar tudo de novo, em um momento de turbulência financeira internacional.

Quanto custará esse capricho da rolagem de uma dívida, praticamente em extinção?

Pelo menos, mais quinze anos de atraso para o nosso Estado.

Tenho absoluta certeza que os nossos grandes problemas continuarão com a desculpa de sempre, que pagamos uma fortuna de juros.

Mas não é o próprio Estado que deseja isso?

Para confundir ainda mais o pagador de impostos salgados, o Estado consegue autorização da Assembléia Legislativa para contrair mais dívidas bancárias em projetos não prioritários.

Para a implantação do VLT, do aeroporto até ao CPA, o Estado irá contrair, neste momento, quase um bilhão de reais – isto porque estamos em regime de contenção de gastos - que é o que nos resta a pagar à União.

Muitos dirão que sem o VLT, a COPA não virá para cá. Não é verdade. A FIFA exige apenas um Estádio de futebol e que o Brasil cumpra com as leis dela, que são diferentes das nossas.

A nossa presidente acabou de passar por um grande vexame em Bruxelas. Solicitou uma audiência com o presidente da FIFA para debater uma decisão sua de cobrar meia-entrada para menores e idosos nos jogos da Copa do Mundo.

A lei da FIFA não permite, e o seu presidente mandou um funcionário representá-lo no encontro.

Quando se apresentou, de livre e espontânea vontade, para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, o Brasil conhecia as leis impostas pela FIFA, especialmente os governadores das cidades sedes.

Mudar agora, com essa historinha humanitária de atender crianças e idosos, não colou. O funcionário da FIFA disse à presidente ser impossível aceitar a sugestão, embora de grande alcance social.

Única exigência que a FIFA exige dos países e cidades sedes, é um bom estádio de futebol, dentro das suas normas, e que se cumpra a sua lei.

A Constituição Brasileira não vale para a Copa, repito, todos do governo federal e estadual sabiam dessa exigência.

Apenas os contribuintes não sabiam, por absoluta falta de transparência dos nossos governantes.

Não foi de graça que o presidente da finada Agecopa, durante a célebre desavença que implodiu o maior cabide de empregos da história de Mato Grosso, iria implantar um serviço de arapongas para evitar que a população ficasse sabendo das exigências da sagrada lei multinacional da FIFA.

O empréstimo para o VLT não é prioridade, nem para a FIFA, nem para Mato Grosso.

Outro ponto conflitante com o corte de gastos públicos: o governo já conseguiu autorização da Assembléia Legislativa, para re-re-criar a loteria esportiva de Mato Grosso, a famosa LEMAT.

Essa casa de jogos de azar foi criada e fechada duas vezes.

Novas Agências também serão criadas para abrigar os desempregados e os correligionários. Foi anunciada a criação da Agencia Metropolitana, para abrigar um diretor dispensado da finada Agecopa e que tinha mandato.

Outras estão na fila, pois há mais diretores da finada desempregados.

Fechou uma Agência, a da Copa, e em seu lugar surgiu a toda poderosa Secretaria da Copa, com poderes ilimitados.

Só de secretários adjuntos, possui quatro. As outras têm apenas dois adjuntos.

Existem outros ralos que o governo prefere ignorá-los, para manter a governabilidade.

Que essa história de rolagem da dívida está parecendo mais enrolação, isto tá.

Gabriel Novis Neves

06-10-2011

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