Um visitante inesperado pousou na sacada da minha varanda, observando o mundo com olhos pequenos e atentos.
Fiquei tão alegre com essa surpresa que resolvi compartilhar com meus amigos.
Dizem que a visita de um passarinho é sinal de felicidade.
Nas varandas das casas onde morei, sempre recebi essas visitas, atraídas pelas alamandas amarelas e pela água dos tanques de cimento.
Nunca criei passarinhos em gaiolas, mas eles sempre passearam livremente pelas varandas das minhas casas.
Admirar um passarinho voando dentro de casa não é coisa que se esqueça — e se ele cantar então...
É tão bom viver perto da natureza e apreciar essas criaturazinhas que só podem ser obra de Deus!
Comparando-nos a eles, percebemos como somos inferiores!
E o João-de-barro, capaz de construir a sua própria moradia?
Os estudiosos, certamente saberão explicar a razão de tanta sabedoria.
Todo estudante de arquitetura deveria ter aulas práticas com ele.
Não existe tristeza humana que resista ao canto dos pássaros .
Pesquisadores como Pedro Paulo Lomba passavam meses nas nossas florestas, gravando a orquestra sinfônica das aves da Amazônia.
Outros se encantavam com as do Pantanal, como o poeta Manoel de Barros —que conversava com os pássaros, inspiradores de sua obra poética.
Paulo Vanzolini, médico, zoólogo e compositor da música popular brasileira, vinha sempre a Cuiabá, encontrar-se com o biólogo Raul José Vieira Neto, para estudar as aves do Pantanal.
Admiro profundamente quem valoriza a natureza, especialmente seus pássaros, como as araras.
E o colorido de suas exuberantes asas?
Nunca um texto me despertou tamanha emoção quanto este, narrando a visita inesperada do passarinho à varanda da minha casa.
Quantas recordações de uma longa vida vivida em contato com a natureza!
Penso no zoológico da Universidade Federal de Mato Grosso, criado na cidade universitária, ao lado do gabinete da reitoria.
Lá, as visitas eram diárias.
Gabriel Novis Neves
07-08-2025
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