segunda-feira, 26 de abril de 2021

GENÉTICA

 Se a pandemia do terrível vírus nos fez sofrer com as perdas de milhares de vidas humanas e me obrigou a não sair de casa, muito menos receber visitas dos meus filhos, netos e bisnetos, de outra parte tenho tempo demais para ser preenchido.

Entre ficar o dia todo deitado na cama, mesmo com os sintomas da minha desautonomia, resolvi ler e escrever.

Os primeiros dias foram terríveis. Essa doença neurológica deixa o paciente zoado. Aprendi a sublimar, e mesmo em condições desfavoráveis tento escrever, utilizando o meu dedo do meio da mão direita para teclar.

Cada vez que penso sobre a reprodução humana, mais me emociono com uma célula masculina se unindo a outra do sexo feminino, dando origem à vida.

A ciência está muito evoluída, porém jamais conseguirá criar a máquina mais complexa que existe que é o ser humano!

Só mesmo um ser superior é capaz de trazer para Cuiabá um jovem médico baiano para lutar na expulsão dos paraguaios da cidade de Corumbá.

Lendo “Raízes do Passado” de Pedro Novis Neves, cheguei à conclusão que a família Novis Neves é subproduto da Guerra do Paraguai e da construção da Praça Alencastro.

Explico: o meu bisavô materno, médico Augusto Novis, baiano de Salvador só veio para Cuiabá por causa da Guerra do Paraguai e aqui ficou pelas consequências sanitárias do conflito, que foi a epidemia da varíola que dizimou metade da população cuiabana. Na época ele era o único médico que tratava essa doença, e nos anais médicos há anotações de uma vacina criada por ele, além de muita fé.

Casou-se com uma cuiabana, Maria da Glória Leite Novis (Nharinha) com a qual teve onze filhos.

Do lado paterno minha bisavó era uruguaia – Leonarda de Vasconcelos Herrara e meu bisavô um gaúcho Marechal Américo Rodrigues de Vasconcelos. Tiveram apenas uma filha nascida no Rio de Janeiro, Eugênia de Vasconcelos Neves.

Meu bisavô era militar engenheiro e recebeu do Presidente Floriano Peixoto a missão de construir a Praça Alencastro.

Veio para cá com mulher e filha adolescente, que logo se apaixonou e casou com o comerciante Gabriel de Souza Neves.

Dessa união nasceram catorze filhos, todos conhecidos por apelidos. O meu pai era chamado de Bugre, aos vinte e seis anos quando abriu o Bar Moderno, passou a ser o Bugre do Bar.

Olyntho Neves só existia na sua certidão de nascimento e Junta Comercial.

Bugre casou-se com Irene Novis e deixou nove filhos, constituindo os “Noves Neves”.

A minha indagação é se sou um produto genético da Guerra do Paraguai e Construção da Praça Alencastro?

Parece estranho esse meu interesse pelos meus genes, vindo de lugares tão distantes em situações bastante missionárias.

Vou consultar um geneticista.


Gabriel Novis Neves

23-04-2021

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