domingo, 8 de janeiro de 2012

JUSTIFICATIVA


Vários amigos, especialmente os Fuxiqueiros da Padaria, me cobraram por não ter escrito um artigo especial sobre o Natal.
Não se conformaram porque não escrevi nem uma linha sobre o Papai Noel, símbolo do Natal de consumo, nascido na Escandinávia.
Expliquei que o artigo Rabecão, publicado dia 25 de dezembro, era uma reflexão sobre o Natal que, de humanitário, passou a ser materializado com valores capitalistas.
Papai Noel como nós conhecemos hoje foi criado pela Coca-Cola em 1931, nos Estados Unidos, pelo cartunista alemão Thomas Nast.
No século III, ele era vestido com roupas verdes e barba branca. Com o sucesso do faturamento da Festa de Natal, os lojistas gostaram da coisa e inventaram, para sua alegria, a Páscoa, o Dia das Mães, dos Pais, da Criança, dos Namorados, dos Amantes do futebol, dos dançadores do Cururu e Siriri e assim por diante. Aliás, todos os dias dos anos têm seu patrono, uns têm até vários patronos.
Confesso que tenho grande dificuldade para escrever textos visando o aumento das vendas comerciais. 
Além disso, Frei Beto, estudioso em assuntos religiosos, afirma que Jesus deve ter nascido no início de agosto e foi morto com 36 anos, e não, 33.
A história do Natal é muito confusa, segundo os estudiosos do assunto. Os Reis Magos, que foram os presenteadores, ficaram apenas com o Dia dos Reis, que é a data para desarmar os presépios e guardar os enfeites natalinos para o próximo ano.
Quem ficou com a fama de presenteador foi “O Bom Velhinho” - hoje transformado em profissão.
Com tanta confusão sobre o dia do nascimento de Jesus, da idade da sua morte e do Papai Noel da Coca-Cola, eu preferi comemorar a data com uma reflexão.
Os Fuxiqueiros da Padaria não aceitaram a minha justificativa, e querem porque querem que eu escreva um artigo padrão comemorando essa data.
Propus escrever um artigo por dia, justificando por que Deus mandou seu filho para cá, lembrando como tratamos as nossas crianças, idosos, doentes e os necessitados de oportunidades.
Da banalização da vida e da filosofia ensinada pelo filho de Deus, esqueceram-se dos 10 mandamentos da Lei de Deus.
A grande lição do Natal é o que nos falta neste momento - amar ao próximo como a si mesmo.
Assim entendo o Natal e os seus ensinamentos.
Até o próximo e felicidades a todos!

Gabriel Novis Neves
27-12-2011

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Decisão correta


Demorou, mas a bola entrou. O atual governo do Estado, ao contrário do anterior que fechou inúmeros hospitais em Cuiabá e no interior, em pequena nota divulgada pela imprensa anunciou que irá reabrir um hospital muito importante para a Cidade Azul.
Governo e proprietários da empresa hospitalar chegaram a um acordo sobre o Hospital das Clínicas. Durante 10 anos o governo alugará o imóvel, que será útil a todo o Estado de Mato Grosso.
Parece que prevaleceu o bom senso.
Por inúmeras vezes o governo anterior – tanto o estadual como o municipal – anunciou que o hospital iria voltar a funcionar. E até prazo estipulavam.
Mas, tudo não passava de discurso de campanha política, se aproveitando da boa fé dos cuiabanos.
Construção do Hospital da Criança, de alta complexidade, traumatológico, tudo isso foi prometido pelos políticos para conseguir votos. Enquanto isso, os nossos sofrimentos eram matérias das redes nacionais de televisão.
Repito: “parece” que o bom senso prevaleceu. O meu receio é que tudo fique no discurso. O governo perdeu sua credibilidade.
O PAC II foi lançado para alavancar a candidatura da mãe do PAC. O gasto do governo federal nesse programa não chegou a 1% do prometido e anunciado. Hoje, ninguém mais fala no paque e no paquinho, a não ser nos Tribunais de Contas.
A ferrovia de Lucas do Rio Verde tinha dia marcado para inauguração. Passadas as eleições, o projeto foi para uma reavaliação. Será uma obra para gerações futuras.
Cuiabá foi muito maltratada nesses últimos anos, especialmente com relação à saúde pública. Vários hospitais foram fechados. O governo comprou outros, mas expulsou os seus pacientes transformando-os em repartições públicas.
Um hospital filantrópico diminuiu o número de leitos e serviços para não fechar as suas portas. Outro foi transformado em hospital escola, com redução de 50% de seus leitos.
Fazendo um cálculo otimista, perdemos 1000 leitos só em Cuiabá, embora a população tenha crescido.
O fenômeno fecha-fecha dos hospitais privados atingiu todo o Estado, sobrecarregando ainda mais a capital.
A rede privada hospitalar da Cidade Azul está operando no seu limite máximo, próximo a um apagão. Pacientes internam no dia da cirurgia, vão para o centro cirúrgico sabendo que serão operados, mas ficarão na fila para conseguir um leito.
Muitos pacientes, após a anestesia e a cirurgia, permanecem na sala de recuperação e, de lá, vão direto para casa por falta de vagas.
Quando a cirurgia é mais complexa, a permanência do paciente na sala de recuperação é longa - até conseguir um leito para a alta no dia seguinte.
Na rede privada as altas hospitalares acontecem a qualquer hora do dia por extrema necessidade. A prioridade para internação, mesmo sem vagas, é para os pacientes em risco de vida. É frequente ouvir de diretores de hospitais particulares confissões que irão fechar certos serviços por falta de compreensão do governo.
A notícia do aluguel do Hospital das Clínicas é um alento à nossa sofredora população, que só irá acreditar mesmo na negociação se, e quando, o espaço hospitalar estiver internando pacientes.
A recente publicação no Diário Oficial de um decreto sobre férias do funcionalismo, tornado sem efeito no dia seguinte; a compra e devolução dos jipes russos; o interminável projeto pronto, e não acabado, do VLT, e outras promessas menores e não cumpridas, deixaram o cuiabano ressabiado.
Os seguidores de São Thomé, maioria absoluta da população, só acreditarão no governo depois de ver o hospital alugado ocupados por pacientes.
Parabéns governador, por ter atendido a voz das ruas!

Gabriel Novis Neves
30-12-2011

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ÁGUA MOLE


Como diz um amigo, há mais de quatrocentas luas, volta e meia, caio no mesmo assunto: a fixação do médico no interior e o lamentável descaso com a nossa saúde pública.
É um problema nacional, e o governo não demonstra a menor preocupação em resolver essa miserável situação.
Por falta de políticas públicas e vontade política, o interior do nosso econômico rico Estado, está sem médicos para atender, exatamente, a população produtora das nossas riquezas.
Estatísticas recentes nos colocam em classificação abaixo da recomendável pela Organização Mundial de Saúde na relação médico/paciente.
Mesmo em Cuiabá há falta de médicos. Em algumas especialidades a situação é seríssima. Uma variedade de fatores contribui para essa vergonha nacional, em um país “democrático-socialista-capitalista.”
Governado pela esquerda mais direita do mundo, privilegia o capital e os banqueiros. Esse modelo tropical de governo não prioriza a qualidade de vida do trabalhador, e sim, a das “zelites.”
Recente divulgação da preferência dos candidatos para a Residência Médica, que hoje é uma obrigação necessária ao graduado de Medicina, assustou o Brasil. As especialidades mais procuradas pelos médicos recém formados foram aquelas de retorno financeiro mais digno do sacrifício e investimento do aluno para se tornar médico.
Em primeiríssimo lugar está a Dermatologia Estética, seguido de Oftalmologia e Neurocirurgia. As especialidades das áreas básicas, da qual muito necessitamos, quase não pontuam mais. São: Pediatria, Clínica Geral, Cirurgia Geral e Ginecologia e Obstetrícia.
Estes profissionais, que constituem a base da grande pirâmide da assistência médica, estão em extinção. Não encontram, da parte do Estado brasileiro, condições para trabalhar e nem salários compatíveis com as suas formações.
E o interior do Estado continua inaugurando aparelhos médicos sem médicos para operá-los. O governo, insensível ao sofrimento da sua gente, inventa moda, quando a moda seria fixar, oferecer condições para os médicos ficarem no interior e valorizá-los profissionalmente.
Tão simples e tão difícil! A simplicidade não faz parte do calendário político, mesmo quando está em jogo a saúde do seu povo.
O IBOPE está na direção das UPAS (Unidades de Pronto Atendimento à Saúde) - dizem que são feitas de latão. O consultório de Rua, sem médico. E o “fortalecimento”, sem terminalidade do atendimento médico, é igual a zero para os pacientes dos PSF (Programas Saúde da Família).
É triste voltar sempre ao assunto saúde pública, mesmo agora em que o governo Estadual se encantou com a produtividade e o nível de atendimento das Organizações Sociais.
Medicamentos continuam faltando para aqueles pacientes que, sem eles, morrem. A seleção de atendimento hospitalar continua privilegiando os de baixa complexidade. Única diferença é que os repasses mensais aumentaram, e as tabelas do SUS não são respeitadas para as OSS.
Continuo na minha luta ao lado da verdade sobre o que acontece com o usuário do serviço público médico e também de alguns planos de saúde, como é o caso do MTSaúde, no qual mais de cinquenta mil usuários não sabem o que fazer para conseguir um atendimento médico.
Acredito na história que minha mãe me contou: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Embora eu ache difícil, pois o senhor governador aumentou o valor das emendas dos deputados estaduais de Mato Grosso, desde que todos designassem esse valor para asfaltar cidades.
Em Brasília, o governador acertou com a bancada federal para que todas as suas emendas parlamentares tivessem um só destino: pavimentação de rodovias.
Saúde fica com as OSS. Haja água mole, para minorar o sofrimento dos nossos doentes.

Gabriel Novis Neves
01-12-2011

Socializar conhecimentos


Procuro socializar alguns conhecimentos, especialmente aqueles em que era ignorante total.
Durante toda a minha vida útil de funcionário público da saúde e da educação, parte do meu salário era descontada para os sindicatos daquelas áreas.
Sempre que abria o meu holerite, abaixo do valor do salário bruto, aparecia uma enorme lista de descontos e outras operações para capar o nosso salário, e que nunca entendi.
Reclamei sempre do listão, encabeçado pelo leão da Receita Federal, Previdência e esse Imposto Sindical.
Diziam-me que era lei e lei tem que ser cumprida. Tudo bem. Mas não me conformava com as mordidas. Especialmente com aquele desconto para os sindicatos.
E, hoje, vejo reconhecida a razão daquele meu inconformismo.
Li a entrevista recente do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o assunto sindicatos e, de tão interessante, resolvi socializar o que aprendi.
Diz o presidente do TST: “A maioria das entidades sindicais não representa ninguém e existe apenas para embolsar o imposto pago pelos contribuintes.”
Analisei a profundidade deste diagnóstico e logo um filme antigo nos vem à memória: imagens de sindicalistas que se tornaram conhecidos e, inclusive, ocuparam cargos de mando neste país.
“Cachorro é um ser humano como outro qualquer”, foi uma das pérolas do século passado dito por um sindicalista-ministro.
Prossegue o presidente do TST: “A criação de um sindicato é um dos negócios mais sedutores e mais rendáveis neste país. Os sindicatos, em sua maioria são fantasmas ou pouco representativos.”
Com exceção daquele sindicato manipulado pelo General Golbery no ABC paulista, nenhum outro conseguia nada em benefício dos seus associados.
O Brasil tem hoje mais de 14 mil sindicatos oficialmente reconhecidos pelo Ministério do Trabalho, e uma média de 105 pedidos de registros por mês.
Eles são criados, na sua maioria, não para representar categorias, mas com os olhos na receita auferida pela contribuição sindical, que é uma excrescência.
É dinheiro público transferido para entidades sindicais que gastam sem prestar contas. A afirmação é do presidente do TST, que é favorável a extinção da contribuição sindical.
Para que isso aconteça, há necessidade de contrariar uma sólida rede de interesses arraigados há décadas. Resultado, não haverá nunca essa mudança.
Para encerrar: os setores que mais desrespeitam a legislação trabalhista são a União, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
E, por aqui, nós, ingenuamente pensávamos que o negócio mais atrativo e lucrativo, era as Cartas Marcadas.
Vamos socializar mais as nossas informações para enfrentarmos o mundo atual.

Gabriel Novis Neves
20-12-2011

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

OSTENTAÇÃO


Assistia aos escândalos brasileiros pelo Jornal Nacional, quando, em uma rápida cena, aparece o Procurador Geral da República sentado em sua cadeira de trabalho.
O assunto da matéria era a corrupção no Judiciário. Mas, depois que vi a dita cadeira, esqueci-me do assunto do momento e fiquei pensando no meu pobre país.
Não consigo entender por que tanta ostentação simbolizada naquele móvel. Tenho certeza que o preço daquela única peça de escritório tem um custo superior às casas da Caixa Econômica destinadas ao trabalhador brasileiro.
Ostentação não rima com democracia, e sim, com poder ditatorial. Quanto maior a ostentação dos mandatários do poder, maior a pobreza e sofrimento do seu povo.
Os melhores exemplos vêm dos eternos ditadores - que são possuidores de fortunas inimagináveis para a compreensão de um ser humano normal.
Setembro serviu para libertar muitos povos, que há décadas, passavam por humilhações, fome e dor. O Oriente Médio e o Norte da África ficaram mais leves após o setembro, e a esperança foi recuperada.
A demonstração explícita da ostentação no Brasil, onde a meta da presidente é erradicar a miséria e a fome é, no mínimo, desacreditar e descredibilizar este projeto.
Aqui na periferia, espantados, ouvimos de uma ministra do Supremo Tribunal Federal, a declaração de que existem bandidos de toga.
Sabemos que em todos os segmentos sociais existem elementos bons - em sua maioria, entretanto, aparece os não bons. O que fica como conceito do grupo que pertencem, é a avaliação dos maus, sempre em minoria.
O poder de contaminação da minoria é avassalador, prejudicando todo o grupo. Sempre foi assim e assim sempre será.
Alguém com as vestes da ostentação abriria os abscessos sociais ou se associariam ao grupo por uma série de circunstâncias.
O brasileiro está no seu limite máximo de tolerância, graças ao trabalho de investigação e de divulgação da imprensa. Saber que um magistrado que trabalhava em São Paulo foi nomeado para a mais alta Corte de Justiça do país (STF) e recebeu de atrasados da sua mudança, quase meio milhão de reais, segundo notícias da imprensa, é ofensa grave, porém legal!
É a velha história - nem tudo que é legal é ético e o Brasil precisa de ética.
Até quando minha gente continuaremos a viver nessa duplicidade de palavras e ações?
Os indicadores políticos do momento não sugerem transformações de comportamentos. Nosso regime político sempre foi capitalista, embora muitas vezes rejeitado demagogicamente.
No capitalismo só existe um valor, que é o dinheiro, seja qual for a sua origem.
Ostentação é arrogância, demonstração extravagante de riqueza, e não rima com a simplicidade e tolerância do brasileiro que a tudo assiste em silêncio.
Até quando? Não sei.

Gabriel Novis Neves
26-12-2011

Caça e caçador


Muito já li sobre o médico e seus familiares como pacientes. Durante a minha carreira profissional tive oportunidade de atender médicas e seu núcleo mais próximo - esposo, mãe, filha, neta, nora e demais parentes. Esposas de médicos de um modo geral, e vice-versa, é um caso a parte.
Diante desses atendimentos, lembrava-me sempre de uma doença relativamente recente, chamada de esmeraldite.
Ela costuma atacar de preferência pessoas com esse perfil genealógico. A causa da esmeraldite são as concessões técnicas que os médicos, de um modo geral, concedem aos seus colegas por insistência deles, na maioria das vezes.
O insucesso dessa quebra de rotina foi apelidado, pelos próprios médicos, com o nome da pedra preciosa de cor verde, símbolo da Medicina - esmeraldite.
Nos livros modernos de medicina, já existe um capítulo sobre a esmeraldite. Felizmente, poucas vezes em minha vida fui paciente, sempre de ações voltadas à prevenção e à correção dos estragos da natureza.
Costumo dizer que idoso deve pagar uma taxa de pedágio para a hipertensão, distúrbios da glicose, doenças auto-imunes e as corriqueiras próprias do envelhecimento.
Estou saindo da minha mais recente experiência de médico paciente - estendido em uma mesa cirúrgica para me livrar de uma grave patologia.
Podia decidir, e preferi a anestesia local com infiltração dos nervos da face e do local da cirurgia, para conversar com o pessoal durante a cirurgia de mais de duas horas.
Esse tempo alongado não foi causado por dificuldades técnicas, mas pela espera do resultado da patologia, período em que a cirurgia ficou interrompida.
Juro que não senti o tempo passar pelo papo bastante animado durante a cirurgia. A conversa foi de A até Z. A equipe do hospital deu liga com a equipe de cirurgiões e o velho conversador então paciente.
A dor durante a cirurgia notou que não teria ambiente naquela sala e, depois da infiltração foi-se embora. Eu sabia que estava sendo cauterizado pelo cheiro de carne queimada, e só.
Esse tipo de cirurgia, onde é proibido o uso de esmeraldite, é o que todo o cidadão brasileiro tem direito, e não é atendido.
O combate à esmeraldite será um duro golpe em certos hospitais, que montam um circo para atender certos pacientes, dando um péssimo exemplo ao brasileiro.
A medicina, assim como a natureza, não tolera desaforos. A esmeraldite e o espalhafatoso recebimento em alguns bons hospitais privados, mas não os melhores do Brasil, são castigados com essa conduta.
Pacientes são explorados e, às vezes, inutilmente depenados numa casa de lucros das doenças, mesmo sem o sucesso procurado.
A natureza mal tratada pelo homem produz fenomenais catástrofes com milhares de vítimas.
Essa experiência em que o médico tem de ser paciente é a mesma daquele antigo ditado que diz que um dia é da caça e outro do caçador.

Gabriel Novis Neves
23-12-2011

2011: RETROSPECTIVA


As crianças ainda pensavam no Papai Noel e muita gente já se preparava para as posses de governadores e, pela primeira vez, de uma mulher na Presidência do Brasil.
Em Brasília houve uma apoteótica troca simbólica de comando. Cenas exóticas foram vistas por milhões de telespectadores.
 O baixo clero sabia que estava sendo filmado e fez de tudo para uma pequena participação na película oficial. Pouco importava se a luta para aparecer no vídeo pudesse vir a gerar constrangimentos futuros.
Nas rodinhas de papo em Cuiabá, discutia-se qual o abraço mais afetivo da presidente, sinal de prestígio para o abraçado.
 O governo da presidente começou com um pedido aos seus súditos imediatos:
“Gostaria de ser chamada de Presidenta.”
Os ministros responderam em coro: “Será feita a vossa vontade, Presidenta.”
Alguns acharam que o governo da continuidade já nascia velho, preço pago para ser “Presidenta.”

Como dona da Casa Civil por longos anos, sabia o que lhe esperava.
Imitou um antigo ministro que, ao assinar um ato do qual discordava, tapou as narinas e cunhou a frase histórica: “Às favas para os meus escrúpulos.”

A revista VEJA publica escândalos do seu governo.
Surgiu então a Operação Faxina. O Ministério dos Transportes foi o primeiro contemplado. Não sobrou ninguém. Exceção feita ao auxiliar do titular que, durante a sua campanha, ficou como ministro substituto.
 Coincidência..., esse ministério é o maior captador de recursos de empreiteiros para a campanha eleitoral. Os escândalos envolvendo gente do primeiro escalão do governo continuavam, e a presidente mudou de estratégia. Parou com a faxina ética.
Solicitou dos ministros infratores do código de ética, que pedissem demissão.
Começou a liberar recursos das emendas parlamentares - o oxigênio dos deputados e senadores.
A grande emoção do brasileiro no final da semana não é mais os jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol, e sim, a capa das principais revistas do país.
Por aqui, nada de novo ou esperança. Tudo acertado no período eleitoral - com relação ao loteamento do poder por partidos que compõem a base de sustentação do governo. Pelas beiradas, os indicados pelo ex-governador estão sendo substituídos e alguns até rebaixados, após apressadas e inconstitucionais promoções.
Voltou-se a falar em divisão do Estado, agora dupla.
 “Quanto ao mais, tudo na mais perfeita ordem e na mais santa paz”, como diria o jornalista Marcos Antonio Moreira.
 A economia brasileira apresenta sinais de fadiga. O governo jura que não há inflação.
As greves por melhores salários não acontecem por acaso, assim como o aumento astronômico dos proventos daqueles que nós pagamos.
O Brasil continua com a birra de não investir em educação, saúde e segurança e alardear que somos país emergente.
A cultura no Brasil não é um bem de consumo, mas privilégio de poucos.
No nosso Estado são ridículas as verbas destinadas à cultura, considerada essa secretaria como de consolo para abrigar esquemas políticos.
Há também coisas boas.
Cito como exemplo a moderna revista c.a.t - símbolo de empreendedorismo.
As dificuldades para se editar uma revista de qualidade, são incontáveis.
Parabéns Fernando Baracat pela sua ousadia e coragem!

Parabéns por tudo o que você tem feito para divulgar nossa cidade e Estado!
Felicidades, e até o ano que vem! 

Gabriel Novis Neves
23-12-2011