O termo em si nos arremete, prioritariamente, a
armamento pesado e guerra. Isso até há algum tempo atrás.
Atualmente, de imediato, associamos o termo à política
escusa vigente em nosso país.
Práticas políticas pouco transparentes, e a perda cada
vez maior de posturas éticas, vêm fazendo com que seus praticantes, aliás, em
grande número, se preocupem com a blindagem no tocante à opinião pública.
Com relação aos sentimentos, a blindagem progressiva
que vem ocorrendo nada mais é do que um aprofundamento do embotamento afetivo
ocorrido no mundo pós-moderno.
Imagino que o termo sofrimento, que tanto inspirou
nossos poetas em eras não tão distantes, esteja sendo proscrito do nosso dia a
dia.
Não só drogas poderosas são usadas como antídoto, mas
também a propalada atitude de alegria perene vinculada nas diversas mídias.
Ambas igualmente perigosas.
É impressionante a tentativa subliminar, e atualmente
nem tanto, de impedir que nos entreguemos aos nossos verdadeiros sentimentos.
O sofrimento é válido na medida em que nos permite,
através dele, exorcizar todas as nossas mágoas e assim metabolizar todas as
enzimas prejudiciais por ele geradas.
Impossível querer impedir o livre escoamento das
emoções, e muito menos blindá-las.
Como se já não bastasse, “arrebentar”, “detonar”,
“arrasar”, “bombar”, símbolos atuais de sucesso, também agora estamos nos
acostumando a tudo “blindar”, inclusive a nós mesmos.
Que tristeza, não?
Será essa a solução para um mundo melhor?
Tudo leva a crer que não, uma vez que as doenças só
fazem aumentar, apesar do grande desenvolvimento tecnológico.
As drogas inundaram as grandes cidades, a fome continua
dizimando países e a guerra é uma ameaça constante para a humanidade.
Altas potências se preocupam no momento em “blindar” os
seus territórios.
Círculo vicioso de difícil desmonte.
Gabriel
Novis Neves
01-04-2013
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