Tenho uma curiosidade acerca do percentual de receitas médicas que são perdidas pelos pacientes, e as origens dessas perdas. Acho que nunca foi realizada uma pesquisa nesse sentido.
Quem trabalha na área médica sabe do número elevado de pessoas que, após uma consulta, perdem a receita prescrita pelo médico. Muitas vezes os pacientes também perdem exames laboratoriais e cartão de consulta.
Depois telefonam aflitos para o médico e dizem: “doutor, perdi a receita!” Mas chega a ser insignificante o número de pacientes que assumem este fato. A maioria se cala. Mas, o médico descobre na consulta seguinte.
Por isso tenho esta curiosidade. Gostaria imensamente de saber por que certas pessoas simplesmente perdem por aí, um documento tão importante e se calam. Palpites, eu tenho aos montes. Mas dados científicos, nenhum.
O brasileiro é culturalmente um supersticioso. Dentre os inúmeros palpites que tenho, a superstição está entre os primeiros da minha lista. “Perdi a receita? Então não era para tomar aquele remédio.”
Na minha caminhada de meio século pela área médica, escutei de tudo um pouco. O mais clássico dos depoimentos, sem sombra de dúvidas, é este: “doutor, eu perdi a receita, mas a minha vizinha tinha os mesmos sintomas que eu. Indicou-me este medicamento. Senti-me bem com ele. Só gostaria de saber se continuo ou não.” É complicado!
Vale aqui, portanto, um alerta aos que têm por hábito perderem suas receitas médicas, principalmente quando for o caso de antibióticos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabeleceu novas regras para a venda de antibióticos. Estes medicamentos agora somente serão vendidos mediante receita médica.
“Doutor, perdi a receita!” Esta frase, de agora em diante, tem que ficar entre as histórias do passado.
Gabriel Novis Neves (7.5+146)
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