sexta-feira, 30 de julho de 2010

GOSTO DE ELEIÇÃO

Vivemos o ano todo naquele nhem-nhem-nhem cheio de chatices repetidas. Os quatro primeiros meses do chamado ano novo são terríveis. Pagamos a maior carga tributária do mundo. Em retribuição temos. “Educação para todos de qualidade, saúde pública próximo ao ideal com a excelência do SUS, segurança pública perfeita, nossas estradas padrão Alemanha, mérito no serviço público.” Não contando as inúmeras obras sociais. O nosso dinheiro está tão bem cuidado que o melhor é continuar tudo como está. Esses projetos enumerados são caros, portanto pagamos muitos impostos. Nem falei no alto custo para os governos manterem uma ampla base de sustentação política. Tem que tirar muito dinheiro do trabalhador, pois é um investimento de retorno seguro para a população, especialmente a pobre. Ufa! Como é bom sonhar acordado! O acordar que é doloroso.

Para refrescar um pouquinho no início do ano, temos o carnaval dos ricos e poderosos. Na Sapucaí a fantasia de maior sucesso foi a do Joel Santana, vestida pelo governador. Ele falava “inglês gasoso” entre duas velhas: uma com a proteção do “Jesus da praia” e a outra fantasiada do “cara.” Esta imagem impagável fez a alegria dos fotógrafos e cinegrafistas. As imagens do filme só foram divulgadas graças às agências internacionais. Por aqui foi proibida (Brasil). Mas me informaram que um site local conseguiu essas imagens. Brasileiro que é brasileiro sempre encontra um jeitinho! De mais a mais, qual o problema de levar distração para o povo?

As imagens, com certeza, vão fazer sucesso durante a propaganda eleitoral gratuita. Se não houvesse eleições este ano jamais teríamos imagens da menina rica de Minas pagando mico. A micagem começou em Olinda. Ela se esbaldou na dança do Maracatu, pelo menos tentou. Tentou também, mas sem nenhum sucesso, o frevo em Recife, o Axé em Salvador. Terminou a epopéia da palhaçada sendo companheira do fantasiado de Joel no Rio. Era gritante o seu constrangimento, e mais ainda os “disfarces” que os marqueteiros obrigaram-na a usar. Causadora de tantos sofrimentos, a moça em questão só conseguiu uma única identificação com o carnaval: o sambódromo construído pelos seus ex-ídolos, Brizola, Darcy e Niemayer. A outra velha só pensava em levar o amigo do Elton Jones para casa.

Nessa época da construção do sambódromo, ela pertencia ao grupo que emplacou o cara, de “sapo barbudo.” Tenho que gostar de eleições!


Gabriel Novis Neves

06/03/2010

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