Julho é mês de férias, e parte dos meus filhos irá aproveitar para se divertir no verão do hemisfério norte.
Nesse período os almoços da família serão silenciosos.
Um grupo — o maior de todos — partirá neste domingo direto para a Itália.
Durante quinze dia peregrinarão pelo país das artes e tradições.
Minhas bisnetas, de oito e sete anos, e o pequeno João, de quatro, certamente aproveitarão muito e guardarão para sempre as lembranças dessas férias.
Assim se constrói a cultura geral — e são felizardos os que podem usufruir desse bem.
A Itália, com suas cidades históricas, será uma verdadeira aula para meus pequenos, inclusive para a bisneta de pouco mais de um ano, que já entende o mundo à sua maneira.
Dez dias depois, meu filho e sua família seguirão para Portugal e Espanha, onde passarão cerca de quinze dias, matando a saudade do meu bisneto português.
Esses pequerruchos estudam em escolas bilíngues, e já compreendem —e até arriscam — algumas palavras em inglês, a língua universal.
Meu filho caçula, que ainda não tem netos, a qualquer hora poderá embarcar para um desses paraísos espalhados pelo mundo.
Sinal de que os almoços da família ficarão silenciosos sem a alegre algazarra das crianças.
Um nó me aperta a garganta, mas sei que essa ausência, embora breve, será para o bem deles.
Na minha época, as famílias com recursos enviavam seus filhos para estudar no Rio de Janeiro —e também para conhecer uma cidade grande, menos provinciana.
Minha primeira viagem internacional, foi à Europa, aos 33 anos, a serviço do meu Estado.
Minha bisneta de pouco mais de um ano, conhecerá a Itália!
O ensino dela tem tudo para ser melhor que o meu.
Viajar sempre amplia nossos horizontes —seja pelo interior do nosso Estado, ou percorrendo este imenso país.
Se terei almoços silenciosos com a ausência dos meus, terei também a certeza de que estarão adquirindo conhecimentos.
E isso me enche de prazer.
Gabriel Novis Neves
11-07-2025