Emocionante
ver pessoas simples, como um coletor de lixo vindo de uma cidade do interior do
Brasil, conseguir chegar em sexto lugar numa maratona mundial.
Em
sétimo chegou seu companheiro, também muito humilde e, atualmente, cursando uma
faculdade de educação física.
Fizeram
questão de cruzar a linha de chegada de mãos dadas, num nítido recado da
superação que os une.
O
agradecimento dos dois brasileiros foi feito em palavras toscas, mal
articuladas, num português cheio de erros, mas com uma emoção raramente vista
em eventos dessa categoria.
Cientes
estavam do árduo caminho percorrido por jovens oriundos das classes pobres de
países em desenvolvimento e que, de repente, se veem com uma visibilidade
mundial ao se classificarem na maratona de Moscou.
Imagine-se
que a uma hora da partida, alguns atletas mais gabaritados, já conseguiam
chegar a uma velocidade de corrida de 19 km por hora , coisa inimaginável nas nossas
esteiras de treinamento.
Junto
com eles, não consegui conter as lágrimas.
Como
se não bastasse, câmeras acompanharam, por mais de duas horas a maratona,
proporcionando a todos um passeio por aquela deslumbrante metrópole.
Em
uma manhã de verão ensolarada, com temperatura de vinte e quatro graus, no
“caminhar” por suas largas avenidas, pudemos admirar suas belas catedrais, o
deslumbrante parque Gorki, o Kremlin com seus telhados verdes, o rio Moscou
dividindo a cidade. A impressionante estatueta de Pedro, O Grande, que, com uma
altura de noventa e sete metros, colocada em 1997 no meio do rio, completava o
cenário de grandiosidade e rara beleza.
Como
sempre, mais uma maratona vencida por um africano de Uganda, logo seguido por
outro, da Etiópia.
Com
certeza, o sistema ósseo articular desses povos deve ter diferenças nítidas com
relação ao nosso.
Possivelmente,
no enfrentamento diário com felinos corredores sofreram mutações sucessivas
necessárias à sobrevivência.
Enfim,
no meio de tanto tumulto e de tanto desencanto que se vislumbram em várias
partes do mundo, um bálsamo para os nossos olhos e sentidos esse espetáculo da
maratona de Moscou.
Gabriel
Novis Neves
17-08-2013
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