terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O preço do prazer


No mundo capitalista tudo tem o seu preço, inclusive o prazer. Para desfrutar da alegria de me comunicar com os meus semelhantes através de artigos, crônicas, PPSs e emails, pago, com satisfação, um alto preço.
Para isso dependo da máquina, e esta não é infalível.
Começo a trabalhar no meu laptop. Escrevo um artigo sobre saúde. Ao encaminhá-lo para publicação, notei que o meu computador não enviava o email.
Tentei com os meus parcos conhecimentos em informática resolver o problema. Nada consegui.
Como leigo dependente da moderna máquina de comunicação, vou ao computador de mesa, pensando ser defeito do laptop. O resultado confirmava o sério problema que estaria, talvez, no provedor.
Não desisto. Tento o iPad. Já estava convencido do ‘apagão’ e do compromisso com o jornal, quando fiz a última tentativa. Tento enviar o artigo pelo iPhone. Nada.
Lembro-me então do amigo e técnico, para que ele me ajudasse, em tempo útil, a me livrar do desconforto em me ver privado do prazer da máquina.
Foram mais de oito horas de trabalho. Telefonemas para a minha operadora. Após minutos infindáveis de musiquinhas, enfim o técnico.
Relato o problema. Antes, aquelas inúmeras perguntas, que todos conhecem. 
Inicia as orientações e diálogos com o meu técnico. Acompanho ansioso ao seu lado.
Não conseguiram nada de positivo para a solução do meu prazer. Meu amigo técnico resolve criar um novo email para uma emergência.
Ótima estratégia - pensei. Nunca mais passaria por situação idêntica.
A alegria ia tomando conta de mim quando vi as transferências das minhas pastas para o novo email.
Só faltava uma. Mandei preparar o jantar comemorativo. A manobra era repetida pelo meu competente técnico. Liga o celular pedindo apoio a um colega chefe do laboratório de informática de uma universidade.
O tempo foi se esgotando, e as nossas paciências, para a transferência dos endereços da minha agenda.
Os trabalhos foram suspensos.
Com relação ao meu antigo endereço, começou a funcionar normalmente pela madrugada.
A máquina humana é muito mais perfeita que a máquina do Bill Gattes.

Gabriel Novis Neves
04-01-2013

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