Nunca,
jamais, em tempo algum, uma eleição para a Presidência do Senado teve
tanta repercussão de desesperança no futuro do Brasil como esta.
Forças
governamentais se mobilizaram para derrotar o emergente líder nacional - o
anticandidato senador Pedro Taques.
Com
apenas dois anos de mandato e sem nunca ter participado da política partidária,
o jovem senador mato-grossense já fez mais pela ética e pela democracia deste
país, que muitos moradores quase perpétuos daquele asilo maravilhoso.
O sainte Presidente
da casa dos pais da pátria, que conseguiu alugar um mandato de senador em um
pequeno Estado - pois no seu é por demais conhecido e não se elege mais nem
para o cargo de Juiz de Paz -, chorou diante de uma despedida melancólica do
segundo cargo mais importante do Brasil.
Ouvir
em silêncio o discurso do Pedro Taques foi um castigo não programado para o
senil senador, tão bem definido pelo então candidato à Presidência da
República, o metalúrgico Luis Ignácio.
Deixou
o “trono”, acho que pela última vez, e por muito tempo se lembrará das palavras
duras e sinceras do nosso senador.
Pedro
Taques falou em nome dos brasileiros que não se ajoelham diante da rainha
implorando lealdade e favores.
Clama,
respaldado pelos votos conquistados democraticamente, por justiça e pelos
direitos constitucionais do seu povo.
O
silêncio do plenário do Senado na despedida do velho “coronel”, criador e
protetor do seu sucessor, é um sintoma grave, que traduz o estado terminal da
instituição.
A
eleição de um ficha suja para presidir o Congresso Nacional é um deboche
intolerável, no dizer do professor Roberto Romano.
O
povo brasileiro foi humilhado com essa decisão dos senadores, com exceção dos
18 parlamentares independentes que disseram um basta à submissão
incompreensível ao poder executivo.
“Estamos
diante de uma crise de Estado, onde o legislativo é um apêndice do executivo e
a justiça não é acatada”.
No
Brasil a democracia foi substituída, sem consulta popular, pelo Imperialismo
Presidencial.
A
eleição do candidato do prontuário foi um rude golpe na lei da ficha-suja.
O
candidato do currículo irretocável não teve vez no Brasil Imperial.
Nesse
modelo de governo, de fato existente, só consegue sobreviver os políticos
submissos e que dobram os joelhos diante do executivo para conseguir favores
pessoais, e migalhas de recursos para os seus Estados.
O
Senado, como instituição, está totalmente desmoralizado pelos picaretas, antigamente
pertencentes ao baixo clero, e hoje no comando absoluto do poder.
Justiça
se faça para a minoria de senadores que respeitam os seus mandatos.
Situações
de anarquia ética e moral em que vivemos é um risco muito sério para a volta de
um regime militar.
O
chefe civil para esse movimento está disponível, esperando só a sua convocação.
É
o perpétuo revolucionário que acabou de deixar a presidência do Senado e que
circula muito bem em todas as esferas do poder.
O
efeito Renan é o fortalecimento do Brasil atrasado e dos coronéis dos currais
eleitorais.
Triste
nação que mantêm sob ‘cabresto’ os nossos jovens e nossa vocação pela ética e
desenvolvimento.
Gabriel Novis Neves
02-02-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.