quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Efeito Renan


Nunca, jamais, em tempo algum, uma eleição para a Presidência do Senado teve tanta repercussão de desesperança no futuro do Brasil como esta.
Forças governamentais se mobilizaram para derrotar o emergente líder nacional - o anticandidato senador Pedro Taques.
Com apenas dois anos de mandato e sem nunca ter participado da política partidária, o jovem senador mato-grossense já fez mais pela ética e pela democracia deste país, que muitos moradores quase perpétuos daquele asilo maravilhoso.
O sainte Presidente da casa dos pais da pátria, que conseguiu alugar um mandato de senador em um pequeno Estado - pois no seu é por demais conhecido e não se elege mais nem para o cargo de Juiz de Paz -, chorou diante de uma despedida melancólica do segundo cargo mais importante do Brasil.
Ouvir em silêncio o discurso do Pedro Taques foi um castigo não programado para o senil senador, tão bem definido pelo então candidato à Presidência da República, o metalúrgico Luis Ignácio.
Deixou o “trono”, acho que pela última vez, e por muito tempo se lembrará das palavras duras e sinceras do nosso senador.
Pedro Taques falou em nome dos brasileiros que não se ajoelham diante da rainha implorando lealdade e favores.
Clama, respaldado pelos votos conquistados democraticamente, por justiça e pelos direitos constitucionais do seu povo.
O silêncio do plenário do Senado na despedida do velho “coronel”, criador e protetor do seu sucessor, é um sintoma grave, que traduz o estado terminal da instituição.
A eleição de um ficha suja para presidir o Congresso Nacional é um deboche intolerável, no dizer do professor Roberto Romano.
O povo brasileiro foi humilhado com essa decisão dos senadores, com exceção dos 18 parlamentares independentes que disseram um basta à submissão incompreensível ao poder executivo.
“Estamos diante de uma crise de Estado, onde o legislativo é um apêndice do executivo e a justiça não é acatada”.
No Brasil a democracia foi substituída, sem consulta popular, pelo Imperialismo Presidencial.
A eleição do candidato do prontuário foi um rude golpe na lei da ficha-suja.
O candidato do currículo irretocável não teve vez no Brasil Imperial.
Nesse modelo de governo, de fato existente, só consegue sobreviver os políticos submissos e que dobram os joelhos diante do executivo para conseguir favores pessoais, e migalhas de recursos para os seus Estados.
O Senado, como instituição, está totalmente desmoralizado pelos picaretas, antigamente pertencentes ao baixo clero, e hoje no comando absoluto do poder.
Justiça se faça para a minoria de senadores que respeitam os seus mandatos.
Situações de anarquia ética e moral em que vivemos é um risco muito sério para a volta de um regime militar.
O chefe civil para esse movimento está disponível, esperando só a sua convocação.
É o perpétuo revolucionário que acabou de deixar a presidência do Senado e que circula muito bem em todas as esferas do poder.
O efeito Renan é o fortalecimento do Brasil atrasado e dos coronéis dos currais eleitorais.
Triste nação que mantêm sob ‘cabresto’ os nossos jovens e nossa vocação pela ética e desenvolvimento.

Gabriel Novis Neves
02-02-2013

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