Todos os países desenvolvidos do mundo têm em comum uma história: investiram em educação. No grupo dos oito, o famoso G8, não existe uma exceção. Todos os países integrantes têm uma educação bem diferenciada daqueles que estão fora do grupo.
Aqui no Brasil fala-se muito em educação. O último grande programa de impacto na educação brasileira foi o já fracassado Exame Nacional do Ensino Médio, o famoso ENEM. Os problemas que esta simples seleção causou na educação brasileira foram maiores que os possíveis benefícios. Atingiu o calendário escolar com diminuição do ano letivo e da sua carga horária, gerou estresse nos professores, alunos, pais e, para finalizar, corrupção com relação às provas.
Houve vazamento das questões e o tal do ENEM foi adiado, até segunda ordem, para dezembro. Os alunos pintaram as suas caras e saíram às ruas para manifestar toda a sua indignação pelos fatos ocorridos. Nada conseguiram a não ser um pronunciamento do Ministro da Educação em cadeia nacional, confirmando o vazamento das questões da prova e marcando outra data para sua realização.
Nova empresa foi contratada para realizar os exames e evidentemente com novos custos, que nós contribuintes iremos pagar sem termos sido consultados.
Estudantes brasileiros vieram do exterior para prestar os exames, assim como muitos estudantes brasileiros foram obrigados a se deslocarem para lugares distantes para a seleção de ingresso na universidade. Como estes gastos inúteis serão reembolsados? Com certeza no dia do São Nunca.
No Brasil a educação não é levada a sério, os projetos são improvisados para efeitos eleitorais. Mas sempre existem aqueles que, com enormes sacrifícios conseguem estudar, na tentativa da sua inclusão social. É desanimador estudar no Brasil!
Uma revista de circulação nacional noticia no pé da página que quarenta e cinco pessoas com doutorado em diversas áreas de conhecimento se inscreveram no Rio de Janeiro no concurso para garis. Há também vinte e dois candidatos com mestrado e mil e vinte e seis com nível superior completo. Ao todo são cento e nove mil inscritos para mil e quatrocentas vagas. Pela leitura podemos tirar algumas conclusões:
- o ensino superior no Brasil não vale para nada - talvez para fabricar profissionais qualificados para limpezas de ruas;
- os que terminam o curso superior, com certificado de profissões outrora nobres, têm que se contentar com salários de oitocentos reais mensais - caso dos médicos em Cuiabá;
- é possível que exista um sério problema de absorção de mão-de-obra qualificada no Brasil - nesses casos muitos migram para o exterior;
- é grande o número de desempregados no Brasil.
Penso também na inutilidade desses cursos, especialmente de pós-graduação. São aqueles que fornecem atestados de cursos ornamentais e ociosos.
Será que vale a pena estudar em um país onde os trabalhadores de nível superior recebem menos atenção que os trabalhadores de movimentos sociais?
E o único meio de se conseguir a justiça social é através da educação. Acho que existe alguma coisa errada para que este objetivo seja atingido.
Gabriel Novis Neves
02-11-2009
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